Silva Pereira responde a Assis e acusa Bruxelas de falta "de autoridade moral"

O socialista foi defender a moção de Costa e que a Comissão Europeia "não tem moral" para aplicar sanções a Portugal.

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Silva Pereira afirma que Cavaco tem a mais baixa popularidade de que há memória Enric Vives-Rubio/Arquivo

O eurodeputado socialista tinha uma missão neste congresso: defender a moção de António Costa, que neste caso se traduziu numa resposta, linha a linha a Francisco Assis, crítico do secretário-geral. No discurso que fez a encerrar o congresso este sábado à noite, Pedro Silva Pereira começou com uma "saudação democrática", mas como em democracia, há quem discorde, passou à resposta. Lembrando que há uma ideia que aqueles que não concordam com o Governo não dizem, defende que "a verdade é que a alternativa a esta solução era um Governo da direita, mas não como o anterior, mas um Governo da direita que para existir tinha de ser pelo PS".

Foi neste ponto que começou por discordar do outro eurodeputado do PS. "O acordo à esquerda foi a melhor solução para Portugal e a melhor solução para corresponder à vontade de mudança manifestada pelos portugueses nas ultimas eleições. Havia alternativa? Haver, havia, mas era muito pior". E isto porque teria um resultado negativo: "E isso significaria um empobrecimento da nossa democracia e um problema sério para a credibilidade do PS. Veio aqui dizer Francisco Assis que há divergências fundamentais com os partidos à esquerda e que seriam razão suficiente para não se fazer a aliança".

Pedro Silva Pereira foi o autor da moção de António Costa e como tal acabou por defender que esta não torna o PS "refém" da esquerda, porque. "Estes acordos permitem ao PS governar. Qualquer acordo envolve compromissos, mas não se fazem reféns por acordo. Os acordos geram parceiros e é isso que existe neste". Respondendo à tese de Assis de que o PS perde a autonomia com esta solução governativa, Silva Pereira acaba por dizer que este Governo "só pode ser melhor mil vezes melhor do que viabilizar um governo de direita".

A resposta seguiu ainda pela Europa porque, disse, "defender uma mudança na política económica e financeira não é aderir a nenhuma retórica anti-europeia, é para salvar o projecto europeu". E um dos pontos em cima da mesa é as sanções. Pedro Silva Pereira lembrou que no congresso do PS esteve Martin Schülz, que defendeu preto no branco que não deve haver sanções ao país. Seguindo a mesma rota, Silva Pereira termina dizendo que a Comissão Europeia "não tem nenhuma autoridade moral para impor sanções a nenhum governo europeu".

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