As mulheres socialistas e os altos postos nas autárquicas

Elza Pais diz que a “discriminação tem género” e espera que em Portugal “as mulheres não precisem de trabalhar mais 65 dias por ano que os homens para ganhar o mesmo salário”.

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Rui Gaudêncio/Arquivo

A recém-eleita presidente do Departamento Nacional das Mulheres Social (DNMS), Elza Pais, desafiou o líder do PS, António Costa, a não excluir as mulheres de altos postos de decisão “já nas eleições autárquicas” do próximo ano.

“Se já conseguimos nesta governação que nenhuma mulher seja discriminada no acesso à procriação medicamente assistida (nem pelo estado civil, nem pela orientação sexual), também podemos conseguir tudo o resto”, afirmou Elza Pais no congresso do PS, que decorre no pavilhão da FIL, em Lisboa.

Na intervenção, aludiu à discriminação para dizer que “tem género” e que as autárquicas são um desafio que “uma governação socialista tem de cumprir”. A nova presidente do DNMS, que tem uma agenda própria, disse esperar que “um dia" no seu país "se diga 'não' ao desperdício dos recursos humanos das mulheres que são os recursos mais inexplorados da humanidade”.

Relativamente às lideranças, a presidente do DNMS pretende que “o potencial de liderança das mulheres (60% dos licenciados são mulheres, quase 50% dos doutorados são mulheres) não seja desperdiçado, nem na vida política, nem na vida económica”.

Dirigindo-se ao congresso disse: “Não queremos mais mulheres na decisão política ou nos CEO das empresas só porque são mulheres, mas queremos que por serem mulheres não sejam excluídas desses altos postos de decisão”.

“Espero que um dia no meu país as mulheres não sejam as últimas a ter emprego, nem as primeiras a ser despedidas por motivos de gravidez” e “espero que um dia no meu país as mulheres nunca mais sejam obrigadas a práticas vexatórias para provarem que amamentam”, disse, acrescentando uma outra nota: “Espero que no meu país as mulheres não precisem de trabalhar mais 65 dias por ano que os homens para ganhar o mesmo salário”.

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