O PS, a UTAO, o défice e a factura que há-de vir

No primeiro dia do 21.º congresso socialista falou-se muito de crescimento e de competitividade da economia portuguesa.

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João Galamba Nuno Ferreira Santos

Os números avançados nesta quinta-feira pela UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) relativamente ao défice do primeiro semestre animaram as hostes socialistas logo no primeiro dia do 21.º Congresso Nacional do PS, que decorre até domingo em Lisboa. O deputado João Galamba tratou de cavalgar, em declarações aos jornalistas, a “boa” performance do Governo, frisando que o “primeiro trimestre é sempre o prior do ano”.

Antes do início dos cinco debates temáticos agendados (quatro deles à mesma hora) no âmbito da reunião magna, o porta-voz do PS considerou os dados da UTAO “francamente positivos” no que diz respeito ao défice. Salvaguardando, embora, tratar-se de uma estimativa, Galamba sublinhou que, “na pior das hipóteses, há uma melhoria de 1,5% do PIB [Produto Interno Bruto] face ao défice homólogo do ano passado”. “Como o objectivo anual é reduzir o défice em apenas um ponto, diria que estes números são francamente positivos”, reafirmou, vincando que “o que a UATO nos diz é que o défice e a contabilidade nacional deve ter ficado entre os 2,6% do PIB e os 4%”.

Os números da UTAO ficaram fora do debate que o partido organizou num espaço próximo da Feira Internacional de Lisboa, o local do congresso. Aí a discussão fez-se sob o lema "Um modelo de crescimento que reforce a competitividade da economia e recuse o modelo de baixos salários". Andreia Teixeira, uma especialista que trabalha na reestruturação e recuperação de empresas, falou dos números amargos que o país registou entre 2010 e 2014. “Nesse período registou-se sempre uma quebra na taxa de investimento”, deixando um aviso: “Os resultados de quebras na taxa de investimento não se sentem num ano sentem-se posteriormente e, portanto, é uma factura que nós havemos de pagar por estes anos”.

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