Industriais de lacticínios em "completa impotência" para resolver crise do sector

A Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios pediu, na Comissão de Agricultura e Mar, a protecção da produção nacional e o privilégio do consumo interno em organismos do Estado.

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Nelson Garrido

A Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios (ANIL) defendeu esta terça-feira no parlamento que a produção, a indústria e os decisores políticos encontram-se numa situação de "completa impotência" para resolver estruturalmente a "grave crise" do sector leiteiro.

"Não se perspectivam melhoras efectivas no futuro próximo, quer no domínio específico operacional da indústria nacional de lacticínios, quer relativamente ao sector como um todo", afirmou o director-geral da ANIL, Paulo Costa Leite, no âmbito de uma audiência sobre o sector leiteiro, na Comissão de Agricultura e Mar, na Assembleia da República.

De acordo com Paulo Costa Leite, os instrumentos ao dispor da indústria para fazer face à crise, consagrados no regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho, são "bastante limitados" e, mesmo assim, quando aplicados, constituem factores de acentuação do desequilíbrio entre os Estados-membros do Norte a Sul da Europa".

O representante dos industriais de lacticínios disse que não se consegue encontrar uma medida consensual para resolver o problema do sector, considerando que é necessário concentrar esforços "no que falta e é possível ser feito internamente".

No parlamento, a ANIL apresentou algumas propostas para minimizar o problema do sector leiteiro, desde substituir importações de produtos lácteos, assim como proteger a produção interna e privilegiar o consumo interno em bufetes escolares e cantinas dos organismos do Estado. Segundo Paulo Costa Leite, um dos principais problemas é "a espiral da miséria dos preços do leite", que está a prejudicar todo o sector, inclusive a distribuição.

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