Marcelo “esperançado” com entendimento na educação

Na véspera de uma reunião entre o Governo e a associação de colégios privados, o Presidente defende “estabilidade e previsibilidade” e "espírito democrático e paciência".

Marcelo participou numa sessão comemorativa dos 40 anos das primeiras eleições presidenciais em democracia
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Marcelo participou numa sessão comemorativa dos 40 anos das primeiras eleições presidenciais em democracia Enric Vives-Rubio
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Marcelo Rebelo de Sousa esteve ao lado de Ramalho Eanes a marcar os 40 anos das primeiras eleições presidênciais Enric Vives-Rubio
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Ramalho Eanes respondeu como como primeiro Presidente eleito Enric Vives-Rubio
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Marcelo Rebelo de Sousa afirmou-se esta segunda-feira “esperançado” que o diferendo que opõe o Governo e os colégios privados com contratos de associação fique resolvido. O Presidente da República espera que com diálogo seja encontrado o “meio caminho” para o entendimento.

Questionado pelos jornalistas em Castelo Branco sobre o que espera da reunião, marcada para esta terça-feira, entre o Governo e a Associação de Escolas do Ensino Particular e Cooperativo, o Presidente apontou para a necessidade de preparar desde já o próximo ano lectivo: “Estou esperançado que seja possível com rapidez encontrar um entendimento que permita avançar para um ano lectivo em que o fundamental é que a estabilidade, previsibilidade e a certeza das crianças dos jovens, das famílias dos professores, das estruturas escolares seja uma realidade”, afirmou.

Antes, no encerramento de uma sessão comemorativa dos 40 anos das primeiras eleições presidenciais em democracia, Marcelo já tinha apontado nesse sentido. “Há domínios como a educação em que vale a pena as pessoas conhecerem-se, e muitas vezes não se conhecem porque não falam entre si. Não é possível conhecerem-se não se falando. O falar e o conhecer é meio caminho andado para as pessoas se entenderem”.

Nesse encontro com jovens promovido pelo Presidente da República, foi Ramalho Eanes como primeiro Presidente eleito que respondeu às perguntas dos alunos do ensino secundário que encheram o Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco. Questionado sobre a concorrência entre ensino público e privado, o antigo chefe de Estado defendeu a igualdade entre os dois sistemas.

“O Estado tem a obrigação de garantir que os cidadãos usufruam de serviços de qualidade, mas não tem de ser o prestador de todos os serviços: tem de ser o regulador, o controlador, e garantir que todos tenham oportunidades iguais. Andar numa escola pública ou privada deve tornar-se igual. Se o Estado paga, controla e avalia, a qualidade deve ser igual no público e no privado."

Marcelo esteve à tarde, em Coimbra, onde inaugurou um edifício da Subunidade 3 da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Tinha à sua espera cerca de uma centena de pessoas, que se manifestavam em defesa dos contratos de associação dos colégios. Marcelo Rebelo de Sousa apelou ao “espírito democrático e paciência” dos encarregados de educação e professores que o aguardavam com cartazes nos quais escreveram frases como “Também temos esperança” ou “Queremos escolher a escola para os nossos filhos”.

Recebido com aplausos no Pólo III da Universidade de Coimbra, Marcelo aproximou-se dos manifestantes para ouvir Deolinda Rasteiro, presidente da Associação de Pais do Colégio da Imaculada Conceição, de Cernache, Coimbra, explicar a sua posição. A representante defendeu a aplicação de uma resolução do Conselho de Ministros “logo após a assinatura dos contratos” em que “é previsto o financiamento às turmas até 2018, seja em continuidade de ciclo seja em fim de ciclo”. Deolinda Rasteiro esclarece que esta “não é uma luta entre escola pública e escola privada”, mas “simplesmente uma luta pelos projectos educativos”.

Garantindo conhecer o dossier “da frente para trás e de trás para a frente”, o Presidente agradeceu a explicação e reiterou que está “esperançado em que haja a possibilidade de um diálogo frutuoso nos próximos dias”.

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