Polícia recupera na Ucrânia 17 pinturas roubadas de um museu italiano

Museu de Verona foi assaltado em Novembro de 2015. Ladrões levaram obras de Rubens, Mantegna e Tintoretto. Autoridades resgataram agora as pinturas embrulhadas em plásticos na fronteira entre a Ucrânia e a Moldávia.

Foto
Presidente Ucraniano aponta para uma das 17 pinturas recuperadas Reuters

Passaram apenas seis meses mas, ao que tudo indica, as autoridades ucranianas terão já recuperado as 17 pinturas roubadas do Museu de Castelvecchio, em Verona, no final do ano passado.

O conjunto de obras do Renascimento e do barroco, que inclui pinturas de mestres como Peter Paul Rubens, Jacopo Tintoretto e Andrea Mantegna, está avaliado entre os 10 e os 15 milhões de euros e aguarda agora a peritagem de especialistas italianos, já convidados pelo Governo de Kiev a examinarem os quadros resgatados, avança a agência de notícias Reuters. Só depois de cuidadosamente analisadas, as 17 pinturas serão autenticadas e, posteriormente, devolvidas a Itália, segundo um comunicado do gabinete do Presidente ucraniano Petro Poroshenko.

Esta quarta-feira, o mesmo gabinete disponibilizou fotografias em que se vêem agentes a desembrulhar as pinturas, envoltas em plástico. Sem dar pormenores, as autoridades disseram apenas que as obras de arte foram recuperadas num matagal junto a um rio, a cerca de 1,5 quilómetros da fronteira com a Moldávia.

O ministro da Cultura italiano, Dario Franceschini, já veio confirmar a recuperação das obras roubadas, segundo os sites Art Forum e o do Art Newspaper, publicação especializada. Defendem as autoridades que, muito provavelmente, os ladrões tencionavam vendê-las na Ucrânia ou na Rússia, noticia o jornal Corriere del Veneto.

Os resgate das 17 pinturas, já saudado pelo presidente da câmara de Verona, Flavio Tosi, põe fim a uma investigação coordenada pela polícia italiana nos territórios da Ucrânia e da Moldávia, acrescentou o ministro da Cultura. Uma investigação que em Março levara à detenção de 13 pessoas: 11 moldavos e dois italianos, um deles segurança do museu.

As obras de arte foram roubadas a 19 de Novembro quando três ladrões armados e de máscara entraram no pequeno museu, depois da saída de praticamente todos os seus 11 funcionários e antes que fosse activado o alarme que informava a polícia local de qualquer entrada no edifício depois de terminado o horário de funcionamento.

Ainda segundo a Reuters, os assaltantes só tiveram de subjugar o caixa do museu e um guarda, retirando-lhe as chaves do seu próprio carro, que depois usaram para fugir.

A aparente facilidade com que o roubo aconteceu levantou críticas em Itália, com muitos a atribuírem a falta de segurança no museu aos consecutivos corte nos orçamentos das instituições culturais italianas nos últimos anos.

Petro Poroshenko, que se tem esforçado para convencer os seus potenciais aliados europeus de que o seu Governo está apostado no combate à corrupção, disse que esta operação era apenas uma amostra do que a Ucrânia é capaz de fazer: “Hoje, esta operação brilhante lembra ao mundo a luta eficiente da Ucrânia contra o tráfico e a corrupção, [contra] o contrabando de obras de arte.”

Em Abril, Kiev recuperara já quatro importantes pinturas do século XVII, roubadas de um museu holandês há mais de dez anos.

Sugerir correcção
Comentar