Bardot renascida nas aguarelas de Milo Manara

É a primeira vez que a actriz autoriza um artista a fazer (e a comercializar) retratos seus.

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Aqui está uma (antiga) parelha de culto. Brigitte Bardot e Milo Manara, o popular autor de BD, juntaram-se numa iniciativa que é uma celebração da antiga estrela do cinema francês. É verdade que os dois já conheceram melhores dias, mas os cinéfilos, os adeptos da cultura pop ou os meros nostálgicos não quererão deixar de espreitar as aguarelas que o veneziano vai mostrar numa sequência de exposições, a partir de Junho, em Saint-Tropez (dias 3, 4 e 5), Paris (7 e 8) e Bruxelas (10 e 11).  

A ideia de juntar Bardot a Manara, famoso pelos desenhos de lânguidas e esguias mulheres, partiu da galeria franco-belga Huberty & Breyne, especializada na exposição e venda de originais de banda desenhada. Um dos seus representantes garantiu que é a primeira vez, desde 1968, que Bardot autoriza um artista a fazer e a comercializar retratos seus. Ao todo, estarão à venda no dia 12, em Bruxelas, 25 aguarelas, às quais a heroína de E Deus Criou a Mulher (1956), de Roger Vadim, e O Desprezo (1963), de Jean-Luc Godard, fez questão de juntar a assinatura e uma “marca” visual da sua personalidade: o desenho de uma margarida de sete pétalas.

Neste momento, os detractores de Manara e Bardot já escarnecem destas revelações. Afinal a obra do veneziano (que colaborou com Federico Fellini e Hugo Pratt) é detestada nos meios mais exigentes e “modernistas” da banda desenhada (acusam Manara de machista, misógino, oco, em suma, de ser um desenhador que contribui para o aviltamento da arte) e BB há muito que perdeu o respeito da intelligentsia política e artística. Não se vão comentar aqui essas e outras considerações. Assinale-se antes o trânsito que, entre a BD e o cinema, marcou a cultura visual dos anos 60 e 70. Palavas de Manara: “Para muitos da minha idade, creio que Brigitte Bardot foi um mito. Antes dela, a mulher ideal era encarnada pela Marilyn Monroe. Bardot veio propor um novo modelo de mulher, livre, selvagem, orgulhosa. [Jean-Claude] Forest [um dos maiores nome da BD] inspirou-se nela para criar a Barbarella [que seria, ironicamente, interpretada por Jane Fonda no filme homónimo de Roger Vadim]."

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