Ataque em estação de Munique faz pelo menos um morto e três feridos

Um homem terá apunhalado os passageiros antes de ser detido, enquanto gritava "Deus é grande" em árabe.

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Autoridades investigam local onde ocorreu o ataque Andreas Gebert / AFP
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Na manhã desta terça-feira, um homem apunhalou vários passageiros numa estação de comboios nos subúrbios da cidade alemã de Munique. Uma das vítimas não resistiu aos ferimentos e morreu já nos hospital, e outras três pessoas ficaram gravemente feridas, confirmou a procuradoria local.

A vítima mortal foi identificada como um homem de cerca de 50 anos. Os outros feridos têm 58, 55 e 43 anos, informaram as autoridades.

Um homem de 27 anos, com nacionalidade alemã e sem "origem imigrante" acabou por ser detido. O ataque ocorreu por volta das 5h (menos uma hora em Portugal continental) na estação de Grafing, 35 quilómetros a sudeste de Munique.

O suspeito "prestou declarações no local que reflectem uma motivação política, aparentemente islamita", explicou um porta-voz da procuradoria de Munique, em declarações à AFP. Os investigadores vão confirmar "a natureza exacta" das frases do homem.

O ministro regional do Interior, Joachim Hermann, revelou que as autoridades vão também verificar se se tratou de um acto "de um desequilibrado ou de uma questão de dependência de droga".

Segundo os meios de comunicação locais, o agressor terá gritado "Allah akbar", ("Deus é grande", em arábe).

"A ideia de que as pessoas possam entrar num comboio numa manhã linda para realizar as suas tarefas e sejam vítimas de um maníaco é terrível", disse ao jornal Süddeutsche Zeitung a autarca de Grafing, Angelika Obermayr, citada pela BBC.

As autoridades encerraram uma das plataformas da estação e os comboios suburbanos sofreram alguns atrasos.

Apesar de não ter sofrido atentados jihadistas semelhantes aos que ocorreram em Paris ou em Bruxelas, os serviços secretos alemães têm alertado para essa possibilidade. Caso se confirme a inspiração islamita do ataque, este será o terceiro do género desde Setembro passado na Alemanha.

No final de Março, uma adolescente de 15 anos de origem marroquina feriu gravemente um agente da polícia na estação de Hanôver. Em Setembro, um iraquiano de 41 anos em liberdade condicional foi abatido pela polícia depois de ferir com uma faca um agente em Berlim.

A Alemanha tem tido um papel relevante no combate ao autoproclamado Estado Islâmico e estima-se que cerca de 800 cidadãos se tenham juntado ao grupo na Síria e no Iraque, dos quais 260 terão regressado. Em Agosto de 2015, dois combatentes ameaçaram a Alemanha e a chanceler, Angela Merkel, e apelaram aos seus "irmãos e irmãs" a levarem a cabo ataques solitários, sugerindo mesmo o uso de facas, lembra a AFP.

Politicamente, um ataque deste género pode vir fortalecer ainda mais o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), cuja agenda anti-Islão tem tido relativo sucesso junto do eleitorado alemão.

Nas eleições regionais de Março, este partido de extrema-direita conseguiu bons resultados na Alta Saxónia, ficando mesmo à frente dos sociais-democratas. A AfD encontra-se representada nos parlamentos de oito dos 16 länder do país.

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