Acções contra o bullying vão mobilizar 800 alunos

A partir desta segunda-feira a Amnistia Internacional promove uma série de iniciativas em seis escolas portuguesas.

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Amnistia tem como objectivo reduzir os actos violentos em 33% Fábio Teixeira

A partir desta segunda-feira, mais de 800 alunos de seis escolas portuguesas vão estar envolvidos em acções contra o bullying, no âmbito de um projecto da Amnistia Internacional desenvolvido nos últimos dois anos naqueles estabelecimentos de ensino.

Pinturas murais alusivas aos direitos humanos e a divulgação de cartazes de grande formato relativos ao tema são algumas das iniciativas previstas com o objectivo de sensibilizar mais alunos para o projecto Stop Bullying, no âmbito do qual será lançado, em Setembro, um manual contra este tipo de agressão.

“O nosso objectivo é reduzir a incidência de bullying em cada uma das escolas, em cerca de 33%”, explicou à Lusa Nelson Lima, da Amnistia Internacional (AI).

O resultado mais palpável de dois anos de trabalho serão os materiais de sensibilização produzidos pelos próprios alunos, e um manual de boas práticas contra o bullying, com contributos das escolas que participaram, e que a Amnistia pretende disponibilizar não apenas para estas, mas também online, ficando acessível a qualquer estabelecimento que o queira usar, especificou.

Estas acções, que estão também a ser desenvolvidas na Irlanda, Itália e Polónia, iniciaram-se com um inquérito à comunidade escolar. Os resultados demonstraram que o que levava os alunos a praticar acções agressivas, repetidamente, sobre os seus pares, tinha por base, maioritariamente, o aspecto físico: aparência, deficiência, raça, contexto social ou cultural e homofobia foram, por esta ordem, as razões indicadas como justificação para agredir os colegas.

No próximo mês de Setembro, a AI pretende voltar a aplicar o mesmo inquérito para perceber se a meta da redução em 33% da incidência de actos violentos sobre colegas foi atingida, e se houve, de facto, um impacto mensurável da iniciativa junto das escolas. "A nossa ideia seria pegar nestes dados estatísticos e, a partir daqui, criar algum tipo de pressão para que o Governo olhe para este tema com outra relevância", disse Nelson Lima.

A AI seleccionou seis escolas entre aquelas que se candidataram a integrar o projecto, escolhendo estabelecimentos com alguma abrangência territorial. Há escolas de Ferreira do Zêzere (Santarém), Cacém (Lisboa), Vila Franca de Xira (Lisboa), São João da Madeira (Aveiro), Maia (Porto) e Estremoz (Évora).

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