Hélder Bataglia é sócio de filha do Presidente do Congo

Ex-homem forte do Grupo Espírito Santo em África é o português que mais aparece nos Panama Papers, logo seguido por Luís Horta e Costa, revelam o Expresso e a TVI.

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Hélder Bataglia respondeu, no início de 2015, à comissão de inquérito sobre o BES Daniel Rocha

O empresário português Hélder Bataglia, ex-líder da Escom, é socio de uma das filhas do Presidente da República do Congo numa empresa offshore incorporada nas Ilhas Virgens Britânicas, a Ecoplan Finance Limited. De acordo com os documentos encontrados no acervo dos Panama Papers, revela o Expresso na edição deste sábado, além de Julienne Sassou Nguesso, fazem parte da administração da empresa Veronique Bokouangui Ngombe, actual embaixadora congolesa na Costa do Marfim, Luís Horta de Costa, ex-administrador da Escom, e o luso-brasileiro Fausto da Silva Costa, antigo administrador financeiro da empresa ligada ao Grupo Espírito Santo (GES).

A Ecoplan Finance terá servido como sociedade-veículo para controlar parte do capital social da Escom Congo, uma das maiores empresas de construção e imobiliário do Congo, país liderado desde 1979 (com um interregno de cinco anos) por Denis Sassou Nguesso.

Hélder Bataglia é, segundo o Expresso, o português com maior presença nos Panama Papers. O seu nome aparece referido em mais de 1200 documentos, logo seguido de Luís Horta e Costa. Os dois constam como beneficiários de 23 companhias offshore, todas registadas nas Ilhas Virgens Britânicas e todas elas criadas no âmbito dos negócios que a Escom estabeleceu em Angola e no Congo desde os anos 1990.

O semanário refere ainda que a incorporação destas empresas pela Mossak Fonseca – a sociedade de advogados sedeada no Panamá que está na origem dos Panama Papers – foi feita através da Gestar, uma das empresas do GES com sede na Suíça.

Inicialmente, os donos da Ecoplan Finance Limited não estavam formalmente registados, sabendo-se apenas que eram os administradores da companhia. Mas mais tarde, Bataglia e Horta e Costa assumiram-se formalmente como beneficiários.

A relação entre Bataglia, que foi também antigo administrador do BES Angola, e o Presidente do Congo começou em 1997. O empresário foi responsável pela construção do aeroporto de Ollombo e pela pavimentação de parte das ruas da capital.

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