Ryanair vai recrutar 300 trabalhadores em Lisboa e Porto

Empresa procura novos comissários e assistentes de bordo para os seus aviões, através de três sessões em Lisboa e Porto

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Juanedc|Flickr

À semelhança de outras companhias aéreas, a Ryanair continua a apostar na contratação de pessoal de bordo em Portugal. Desta feita, a companha irlandesa tenciona recrutar mais de 300 trabalhadores até ao final de 2016, com a intenção de reforçar as suas equipas com novos comissários e assistentes de bordo, nos denominados "open days" previstos para Lisboa, nos dias 13 e 27 de Maio, e no Porto, no dia 16. As inscrições podem ser feitas aqui.

Além do 12.º ano como escolaridade mínima e de uma altura a oscilar entre os 1,57 e os 1,88 metros, como é frequente nestes casos, a empresa procura candidatos com mais de 18 anos e o que classifica como sendo uma boa apresentação física. Nos referidos "open day", os candidatos efectuam uma entrevista e uma consequente entrevista em inglês. Os salários, afiança a empresa, rondarão os 1400 euros. 

A Ryanair tem sido alvo, entretanto, de acusões de ilegalidade nas suas actividades de "handling", de serviços em terra, e de fornecer más condições de trabalho aos seus colaboradores. No entanto, o presidente da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) negou existirem evidências de ilegalidade no "self-handling"(autoassistência) da Ryanair, mas alertou que uma empresa demasiado agressiva pode levar a pressões sobre os preços da concorrência.

"Não existe evidência que o 'self-handling' da Ryanair seja ilegal, nós verificamos e sempre que há denúncias verificamos novamente, não temos convicção de que há alguma ilegalidade. Se houver, iremos verificá-la novamente e se houver ilegalidade, a licença é retirada", disse Luís Ribeiro, numa audição, esta quarta-feira, na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas.

Luís Ribeiro afirmou que a ANAC "tem acompanhado a situação" e que fez acções de fiscalização, quer no caso da escala de Ponta Delgada, ainda antes do seu mandato, quer em Faro, já durante o seu mandato, não tendo sido detectadas em ambas falhas do ponto de vista do licenciamento. Todavia, especificou que no caso da escala de Ponta Delgada o regulador recebeu denúncias ao nível das condições de trabalho, pelo que remeteu essas situações para a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) para que esta averigue se a legislação laboral estava ou não a ser acautelada. 

Portway despede

Por não ter acordado a negociação de novos contratos, a Portway deixou de prestar serviços à Ryanair no aeroporto de Faro no final de Março e o mesmo acontecerá em Junho, no do Porto, e em Outubro, no de Lisboa, passando a companhia de aviação a garantir os próprios serviços de assistência em terra. Por causa disso, a Portway vai proceder a um despedimento colectivo que afecta 256 trabalhadores.

O presidente da Portway, Ponce de Leão, disse no parlamento em Abril que um terço da actividade da Portway dependia da Ryanair e, a partir da altura em que a transportadora 'low cost' [de baixo custo] irlandesa passou a dispor dos "instrumentos adequados para aceder ao 'self-handling'", soube que iria "inevitavelmente" terminar o contrato, até porque se recusou a aceitar as exigências da companhia aérea que pretendia uma redução de 30% das tarifas.

Referiu ainda que qualquer empresa pode exercer 'self-handling' a partir do momento em que tenha as licenças necessárias e que a gestora dos aeroportos ANA — a que também preside — não poderia negar a atribuição da licença à Ryanair, depois da autoridade reguladora (a ANAC) o fazer.

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