Além de refeições, nesta cozinha vão confeccionar-se negócios e saberes

O Bairro da Boavista, em Benfica, ganhou uma cozinha comunitária, “um espaço de partilha”. O projecto foi um dos vencedores do Programa BIP-ZIP, da Câmara de Lisboa

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Os moradores podem usar a cozinha para negócios ou festas

Por enquanto é apenas uma cozinha nova, pronta a estrear, mas em breve espera-se que aqui se confeccionem saborosas refeições, nasçam pequenos negócios e se façam aprendizagens que permitam encontrar novos rumos de vida. Inaugurado esta quarta-feira, o Boavista TakeAway, em Benfica, pretende acima de tudo ser “um espaço de partilha”, “à disposição da comunidade”.

Fica no Bairro da Boavista, na freguesia lisboeta de Benfica, este novo equipamento, instalado num edifício municipal. A ideia de nele construir uma cozinha comunitária, na qual pudessem ser confeccionadas refeições para vender para fora, foi uma das vencedoras da edição de 2014 do Programa BIP/ZIP, promovido pela Câmara de Lisboa.

Mas a ambição deste projecto vai muito além disso. Como explicou ao PÚBLICO a presidente da Junta de Freguesia de Benfica, esta cozinha estará de portas abertas para os moradores do bairro que a queiram utilizar, não só para lançar pequenas empresas na área da confecção de refeições mas também para preparar o repasto de uma qualquer festividade.  

Além disso, acrescenta Inês Drummond, este espaço no Bairro da Boavista, entre o Parque Florestal de Monsanto e a CRIL, será palco de acções de formação, a primeira das quais está já agendada para o final de Maio.

“É um equipamento público que fica à disposição da comunidade”, resumiu a vereadora da Habitação e do Desenvolvimento Local da Câmara de Lisboa. “Este é um espaço de partilha”, sublinhou ainda Paula Marques, manifestando a expectativa de que esta cozinha comunitária possa contribuir para uma melhoria das condições de vida de alguns dos habitantes do bairro e para a sua emancipação.  

É também essa a vontade da presidente da Junta de Freguesia de Benfica, que na cerimónia de inauguração do espaço lembrou “o elevado grau de desemprego do país e também do bairro” e apontou o Boavista TakeAway como “uma forma de combater o desemprego e a exclusão social”. 

A autarca socialista elogiou o programa camarário que tornou este projecto possível, destacando o papel do BIP-ZIP (dirigido aos 67 Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária da cidade) quando se trata de “valorizar as ideias das comunidades locais, que se juntam em torno de ideias que consideram importantes para os seus bairros”.

Foi também isso que aconteceu com o Boavista TakeAway: a junta de freguesia, a Associação Recreativa de Moradores e Amigos do Bairro da Boavista e a Associação Jovens Seguros ouviram a comunidade e uniram esforços para a concretização deste projecto. O apoio monetário da câmara acabou por ir além dos 45 mil euros que estavam previstos, dado o estado de degradação em que se constatou estar o imóvel municipal, na Rua Rainha Dona Catarina.

Além da abertura desta cozinha comunitária, estão em marcha outros investimentos da câmara no Bairro da Boavista, cujos 75 anos vão ser assinalados em 2016. Um deles é a construção de um conjunto de três edifícios, destinados a receber quase 50 fogos e um equipamento colectivo que será gerido pela junta de freguesia.

Segundo a proposta que foi levada à reunião camarária desta quarta-feira, com vista ao lançamento de um concurso público para a concretização dessa empreitada, está em causa um investimento de 2,79 milhões de euros, acrescidos de IVA. Além disso, está previsto que no mês de Maio se inicie a construção de outros 50 fogos no bairro, destinados à substituição das casas de alvenaria.

A vereadora Paula Marques sublinha que em ambos os processos foi envolvida a comunidade local e houve uma aposta na construção de habitações com “tipologia evolutiva”, preocupações ao nível da eficiência energética e da acessibilidade.  

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