CDS passa a propor rejeição do Programa de Estabilidade

PSD vai, afinal, apoiar o projecto de resolução do antigo parceiro de coligação.

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Nuno Magalhães anunciou que o CDS quer alterar o teor do seu projecto de resolução Nuno Ferreira Santos

O líder da bancada centrista, Nuno Magalhães, anunciou que vai pedir uma alteração ao próprio projecto de resolução do CDS-PP sobre o Programa de Estabilidade (PE), para passar a propor a rejeição, e já não apenas a revisão, do documento do Governo.

Com esta iniciativa, o CDS quer deixar a esquerda sem argumentos para votar contra o projecto de resolução, mas ao mesmo tempo coloca em causa a posição de abstenção do PSD.

O anúncio foi feito durante o debate parlamentar sobre o PE em que o CDS, como o PSD, tem criticado a posição das bancadas do PCP, BE e PEV, por se dizerem contra o documento ao mesmo tempo que se recusam a votá-lo ou a viabilizar a recomendação centrista.

Nuno Magalhães justificou a alteração do teor da iniciativa do partido com a posição da esquerda ao longo do debate. "Aquilo a que os portugueses assistiram foi a um enorme exercício de hipocrisia política. Estão contra, mas não querem votar", argumentou o líder da bancada sobre esta alteração que, ao que o PÚBLICO apurou, foi decidida à ultima hora, já quase no final do debate.

O PSD discordava da intenção inicial do CDS, de apenas rever o PE do Governo, e preferia a rejeição, o que tinha levado os sociais-democratas a optar pela abstenção naquele ponto em particular. Com a alteração do teor da resolução do CDS, a bancada social-democrata prepara-se agora para apoiar a iniciativa legislativa, disse o vice-presidente da bancada António Leitão Amaro.

A votação realiza-se nesta sexta-feira, depois de as bancadas da esquerda não terem dado acordo para que se realizasse nesta quarta-feira.

 

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