Sumol+Compal teme ruptura no abastecimento à fábrica de Angola

Vendas da empresa aumentaram 10% em 2015 e nos mercados internacionais alcançaram novo máximo histórico.

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Vendas da Sumol+Compal aumentaram quase 13% Daniel Rocha

A Sumol+Compal teme que a dificuldade em obter divisas em Angola impeça o pagamento aos fornecedores que abastecem a fábrica da empresa de Bom Jesus, nos arredores de Luanda e, por isso, haja uma ruptura no abastecimento de matérias-primas e materiais de embalagem.

A empresa, que divulgou resultados financeiros nesta sexta-feira, acredita que este ano vai conseguir aumentar as vendas fora de Portugal, mas este cenário está “muito dependente da evolução das vendas em Angola”, o principal mercado internacional. “Actualmente os dois principais riscos neste país são o da diminuição da procura, em resultado da degradação da situação macroeconómica, e o de rotura no abastecimento de matérias-primas e materiais de embalagem à fábrica de Bom Jesus, em resultado de incapacidade de obtenção de divisas para o pagamento daquelas”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O ano passado, a Sumol + Compal fez investimentos na ordem dos 46,4 milhões de euros, a grande maioria em Angola com a implementação da unidade fabril que produz e embala sumos, néctares e “bebidas refrescantes”. “O investimento em activos intangíveis ascendeu a 8,3 milhões de euros, montante que inclui o direito de superfície da fábrica de Bom Jesus, em Angola, e direitos contratuais celebrados com vista à fidelização de clientes”, descreve a empresa.

Em termos globais, as vendas fora de portas atingiram novo máximo histórico: 99,7 milhões de euros, mais 12,8% face a 2014. Já em Portugal, a facturação foi de 232,6 milhões de euros, uma subida de 9,7%. Ainda assim, os lucros caíram para 8,4 milhões de euros devido ao “ajustamento não recorrente nos impostos diferidos, revelado no exercício de 2014, em valor próximo de cinco milhões de euros”.

Duarte Pinto, presidente executivo da Sumol+Compal, diz o aumento das vendas se deveu a uma “sustentada aposta nos mercados internacionais, nomeadamente em África”, continente onde a empresa tem uma parceria com a Copagef. Esta empresa de capitais franceses (grupo Castel) é accionista da cerveja angolana Cuca e comprou em finais de 2014 49,9% do capital da Sumol +Compal Marcas por 88,2 milhões de euros.

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