O Kunstmuseum de Basileia faz a festa com Jackson Pollock

Museu de arte suíço quer associar a sua reinauguração, depois de um ano de obras de renovação, a uma exposição pouco ortodoxa do pintor norte-americano.

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Stenographic Figure (1942), de Jackson Pollock Cortesia: The Pollock-Krasner Foundation

Escreve o Art Newspaper que o Kunstmuseum de Basileia está a preparar um “blockbuster pouco ortodoxo” para este Outono – uma exposição centrada nos trabalhos figurativos do norte-americano Jackson Pollock (1912-1956), figura de referência do expressionismo abstracto.

A expectativa é grande. Tudo porque montar uma exposição ambiciosa na Europa à volta do trabalho de Pollock – as últimas foram na Tate Britain, em 1999, e na Tate Liverpool, em 2015 – é quase impossível, lembrou a esta publicação especializada a subdirectora do museu, Nina Zimmer. Negociar os empréstimos de obras com as instituições que as têm nos seus acervos é sempre muito difícil.

A tarefa torna-se ainda mais complicada quando o pedido de cedência de trabalhos se destina a uma mostra que avança uma teoria desafiadora: a de que o artista, conhecido pelas suas enormes pinturas em que recorre ao dripping – técnica que consiste no lançar da tinta sobre a tela de modo a que os pingos que nela caem escorram e formem traços que se sobrepõem, que se entrelaçam – começou por ser inovador como artista abstracto. “Para alguns académicos nos Estados Unidos, esta leitura é considerada conservadora”, admite a directora do museu suíço, porque regressar ao modelo da figuração é andar para trás no que toca à grande ruptura que Pollock protagonizou.

Reunindo 100 obras, metade das quais emprestadas por museus de grande prestígio como o Metropolitan e o MoMA, ambos em Nova Iorque, Figurative Pollock (2 de Outubro a 22 de Janeiro) mostra um “diálogo entre figuração e abstracção”.

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