Carlos Costa, Mário Centeno e Vítor Constâncio vão ser ouvidos no Parlamento

As novas audições sobre o Banif foram aprovadas por unanimidade: Carlos Costa e Mário Centeno voltam à comissão no dia 19.

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Vítor Constâncio pode responder por escrito Rui Gaudêncio/Arquivo

A comissão de inquérito ao Banif vai ouvir de novo o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e o ministro das Finanças, Mário Centeno, na próxima terça-feira, dia 19, de manhã. A decisão das audições foi tomada pelos coordenadores dos grupos parlamentares nessa comissão esta sexta-feira ao início da tarde e já motivou várias mexidas na agenda dos dois.

Depois de as audições terem ficado marcadas inicialmente para dia 19, Carlos Costa, que está actualmente em Washington, respondera aos serviços da comissão que não tinha qualquer disponibilidade de agenda na próxima semana e remarcara para dia 26, como contou ao PÚBLICO o presidente da comissão, o comunista António Filipe. O que atirava também para esse dia a vinda de Mário Centeno já que os deputados querem ouvir Mário Centeno só depois de Carlos Costa.

Mas entretanto Carlos Costa mudou de ideias e já arranjou espaço na agenda: aceita ser ouvido às 9h30 de terça-feira, pelo que a comissão marcou a audição de Mário Centeno para as 11h30 do mesmo dia - confirmou ao PÚBLICO António Filipe.

No final de uma reunião dos coordenadores da comissão de inquérito ao Banif, António Filipe explicara que, por ter ficado decidido entre os partidos que estas eram audições prioritárias, foram adiadas as que já estavam agendadas. "O interesse da comissão é que estas duas audições sejam realizadas com prejuízo das que já estão programadas e que sejam as próximas audições a realizar-se na comissão de inquérito. Por isso vamos propor que o governador possa ser ouvido na terça-feira de manhã (dia 19) e o ministro das Finanças na terça-feira à tarde."

Só que cerca de uma hora depois soube-se que afinal as audições de Mário Centeno e Carlos Costa foram adiadas - e depois remarcadas novamente.

Já Vitor Constâncio, ex-governador do Banco de Portugal e actualmente vice-governador do Banco Central Europeu (BCE), será ouvido a 27 de Abril, por videoconferência. Contudo, tem a possibilidade de o fazer por escrito, explicou António Filipe. 

Na manhã desta sexta-feira, os representantes de várias bancadas parlamentares assumiram que queriam voltar a ouvir o governador do Banco de Portugal (BdP) na comissão parlamentar de inquérito ao caso Banif. O CDS declarou ainda a intenção de ouvir "com carácter de urgência" Carlos Costa, Vítor Constâncio e Mário Centeno, depois de na quinta-feira o PSD ter mostrado um e-mail de Daniéle Nouy, presidente do conselho de supervisão do BCE que diz ter recebido telefonemas de Mário Centeno e de Vítor Constâncio pedindo para a instituição "desbloquear a oferta do Santander junto da Comissão Europeia". Ora, dizem os sociais-democratas, o conteúdo deste documento põe em causa as declarações prestadas por Centeno.

Há uma semana, Carlos Costa esteve na comissão de inquérito e, ao longo de quase seis horas de audição, recusou assumir qualquer erro na gestão do processo Banif. No entanto, conforme o PÚBLICO noticiou, numa reunião do conselho de governadores do BCE, Carlos Costa propôs que o banco central limitasse o acesso do Banif a operações reversíveis de cedência de liquidez do euro-sistema, por razões de prudência. Esta decisão não foi comunicada ao Governo, o que levou o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, a acusar o governador de ter cometido "uma falha de informação grave”.

Notícia actualizada às 18h55 com a remarcação das audições para terça-feira, dia 19.

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