Morreu o compositor e músico Tony Conrad

Pioneiro do minimalismo, do drone e da música noise, morreu este sábado, aos 76 anos

Foto

Compositor, músico, videasta, professor e escritor. O multifacetado Tony Conrad, pioneiro do minimalismo, do drone e da música noise, morreu este sábado, aos 76 anos. Tinha um cancro na próstata e havia sido recentemente hospitalizado com pneumonia.

O americano nasceu em 1940. Depois de se ter formado em Harvard, mudou-se para Nova Iorque, onde durante décadas fez parte das movimentações musicais mais alternativas da cidade. Colaborou com compositores como Terry Riley e La Monte Young e foi co-criador, com La Monte Young, do colectivo Theater of Eternal Music (aka the Dream Syndicate).

Fez parte, em 1964, de uma banda pré-Velvet Underground, os The Primitives, na companhia de Lou Reed e John Cale, tendo sido ele, ao que consta, a apresentar aos dois o livro The Velvet Underground do jornalista americano Michael Leigh, que originaria o nome de uma das bandas mais influentes de sempre da cultura rock.

Nos anos 1960 tornou-se cineasta experimentalista, sendo o seu primeiro filme de 1966, The Flicker, considerado uma obra fundamental do chamado cinema estrutural. Já nos anos 1970 viria a colaborar com os alemães Faust no álbum Outside the Dream Syndicate (1973), um dos registos mais influentes do chamado krautrock e do rock mais exploratório.

Em 1993 regressaria à actividade de palco, depois de um longo interregno, e dois anos depois lançaria o álbum Slapping Pythagoras, o seu primeiro disco, na altura, em mais de duas décadas. A partir daí criou vários discos, incluindo colaborações com nomes como Jim O’ Rourke, Rhys Chatham ou Genesis P-Orridge.

Na semana passada estava escalado para actuar com os Faust, no Big Ears Festival, na apresentação de Outside the Dream Syndicate, mas por razões de saúde acabou por não estar presente, acabando por ser substituído por Laurie Anderson. Em 2009 apresentou no Auditório da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa um solo para violino, numa colaboração da Filho Único com o Centro de Investigação e de Estudos Arte e Multimédia e a Fundação de Serralves. Mais recentemente, em 2014, esteve na noite final do Madeira Dig, o festival de músicas electrónicas que se realiza anualmente na Madeira.

Sugerir correcção
Comentar