Sanguinolência

A.E. Housman é uma das pessoas mais interessantes que alguma vez existiu.

No último New York Review of Books, o formidável neo-octagenário G.W. Bowersock recomenda afectuosamente o mais recente livro do excepcional sexagenário Richard Jenkyns, chamado Classical Literature: An Epic Journey from Homer to Virgil and Beyond.

Bowersock diz que Jenkyns é Housmaniano no veneno exacto das críticas que escreve sobre livros escritos, traduzidos ou transcritos por pessoas preguiçosas, ignorantes ou estúpidas.

A.E.Housman é uma das pessoas mais interessantes que alguma vez existiu. A peça The Invention of Love de 1997, do talentosíssimo e inteligentíssimo (mas tragicamente nunca genial) Tom Stoppard, levou muita gente a procurar tudo o que Housman escreveu, fora a poesia, que nunca é má e é sempre bem escrita e ternamente emocionante.

De Benjamin Jowett (1817-1893), o temível mestre do Colégio Balliol da Universidade de Oxford (onde estudaram Bowersock e Jenkyns) Housman escreveu: "Platão Segundo Jowett: a melhor tradução de um filósofo grego que alguma vez foi conseguida por uma pessoa que nada percebe nem de filosofia ou da língua grega".

Para ler Jenkyns a mostrar a arte deliciosamente destrutiva dos classicistas basta procurar-se Lestrade's Victorians no Google. É uma recensão violentíssima de um livro de Simon Goldhill que se chama Victorian Culture and Classical Antiquity: Art, Opera, Fiction, and the Proclamation of Modernity. O próprio Housman teria achado excessivo. E aplaudido.

Pobre Simon Goldhill.

Sugerir correcção
Comentar