Os (novos) rostos do partido

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Maria Luís Albuquerque com Marques Guedes no congresso Martin Henrik
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Teresa Morais e Miguel Relvas em 2012, quando eram colegas de Governo. Ela está a subir no partido, ele regressa à militância de base Daniel Rocha

Estreias

Pedro Passos Coelho começou a sondar os futuros membros da sua equipa mais próxima na terça-feira, dia 29 de Março, mas só em pleno congresso, no sábado, os escolhidos souberam que cargos lhe estavam reservados. Entram de novo para a direcção, como vice-presidentes, a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, a antiga secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares, Teresa Morais, e a advogada Sofia Galvão, a quem o então primeiro-ministro incumbiu de promover, em 2013, um debate sobre a reforma do Estado. Sofia Galvão, 52 anos, foi secretária de Estado da Presidência do Conselho de Ministros no Governo de Santana Lopes e secretária de Estado da Administração Pública. A jurista foi vice-presidente do PSD na direcção de Manuela Ferreira Leite. Para vogais da Comissão Política Nacional são estreias a antiga deputada Francisca Almeida Leite, que foi apoiante de Emídio Rangel, e Joana Barata Lopes, deputada e antiga dirigente da JSD.

Promoções

Apesar de ser uma estreia na direcção, Maria Luís Albuquerque também é seguramente uma promoção de Passos Coelho. É importante registá-la assim num momento em que está debaixo de fogo por ter aceite trabalhar numa empresa gestora de dívida. O caso está a ser analisado pela subcomissão parlamentar de Ética e desagradou a alguns sociais-democratas. O líder do PSD mostra que não quis deixar cair a sua ex-ministra das Finanças – tal como não a deixou cair, aliás, por altura da crise do "irrevogável". A outra promoção na equipa social-democrata é a de Luís Marques Guedes, o antigo ministro da Presidência no anterior Governo PSD/CDS. Encabeça o Conselho Nacional, em substituição de Miguel Relvas, que pediu para sair deste órgão.

Repetições

Como vice-presidentes e membros da comissão permanente mantêm-se Marco António Costa, Teresa Leal Coelho e Jorge Moreira da Silva. José Matos Rosa também fica como secretário-geral do PSD, o que era expectável, tendo em conta que há eleições autárquicas em 2017. Entre os vogais da comissão política nacional que se mantêm estão António Topa, que liderou a distrital de Aveiro, Pedro do Ó Ramos, deputado e ex-director de campanha interna de Passos Coelho à liderança do PSD, e o vice-presidente da bancada, Luís Leite Ramos. 

Saídas

Nos principais lugares de direcção, as saídas são para outras funções na equipa directiva. É o caso de José Matos Correia, que deixa de ser vice-presidente mas passa a liderar o conselho estratégico, órgão consultivo do presidente do partido para “as grandes questões nacionais”, de acordo com os estatutos do partido. É a primeira vez que este órgão se concretiza na liderança de Passos Coelho. Também Carlos Carreiras deixa a vice-presidência para liderar a comissão nacional autárquica, uma estrutura fundamental nos próximos tempos para preparar as eleições locais. Um terceiro vice-presidente, Pedro Pinto, vai passar a dirigir a comissão de auditoria financeira. Na comissão política nacional sai a antiga deputada Maria Conceição Pereira.

Surpresas

A deputada Teresa Morais é a surpresa na equipa de direcção do líder do PSD, apesar de ter sido secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade no anterior governo PSD/CDS. A jurista foi ministra da Cultura no breve Governo de Passos Coelho derrubado pela maioria de esquerda no Parlamento. Enquanto governante, Teresa Morais notabilizou-se pelas questões de igualdade de género. Chegou à bancada do PSD na era da liderança de Durão Barroso. Antes fora assessora jurídica do X Governo, liderado por Cavaco Silva. 

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