Fnac expande-se para capitais de distrito onde ainda não está presente

Grupo francês quer aumentar a presença geográfica, em articulação com as vendas online. Reforço em Lisboa e Porto também está a ser analisado.

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Fnac tem 23 lojas no mercado nacional Tiago Machado

A Fnac está a preparar um novo ciclo de expansão em Portugal até 2020, cujo principal alvo são as capitais de distrito onde ainda não está presente. Se hoje o grupo francês tem 23 lojas (está em oito capitais de distrito), a ideia é ter mais cinco até 2018, de acordo com a responsável pelo mercado nacional, Cláudia Almeida e Silva.

Num encontro com jornalistas, a gestora deu Aveiro, Beja e Vila Real como exemplos de cidades onde a Fnac gostaria de estar presente, mas sublinhou que tudo dependerá de questões como a disponibilização dos espaços mais indicados para a localização das novas lojas.

Ao mesmo tempo, a empresa poderá reforçar ainda mais a presença em Lisboa e Porto. Uma hipótese é replicar no aeroporto Sá Carneiro o modelo de loja que existe no aeroporto de Lisboa, além de estar a analisar a entrada em mais universidades do país, depois da abertura de uma pequena unidade no Instituto Superior Técnico (inaugurada em Setembro do ano passado, foi o investimento mais recente do grupo).

O grupo tem referido a hipótese de alargar a sua presença através do franchising (diminuindo assim os custos associados), mas até ao momento esse modelo ainda não foi aplicado, ao contrário de Espanha.  De acordo com Cláudia Almeida e Silva, o grupo vai avançar com o novo ciclo de expansão independentemente de encontrar ou não parceiros de negócio.

À semelhança do que tem sido a aposta do grupo nos últimos anos, as novas lojas serão mais pequenas do que as inauguradas entre 1998 e 2010. Se estas tinham como referência os 2000 metros quadrados, agora a aposta incide em dimensões variáveis, entre 400 e 1400 metros quadrados (cujo investimento também é mais rápido de recuperar). Assim, as capitais de distrito para onde a Fnac se irá expandir serão semelhantes às lojas abertas em Setúbal e Faro (que abriram as portas em 2014, tal como a de Oeiras). 

A par da adaptação do formato de lojas, a empresa também reviu o tipo de produtos, apostando em novas categorias como instrumentos musicais, papelaria, brinquedos e tecnologia ligada ao desporto, para compensar a queda de outras (como os CD).

Para a empresa, no entanto, a expansão de lojas físicas já não é dissociável do online. Hoje, 11% das vendas da Fnac em Portugal têm por base as compras via internet, e a empresa tem feito uma forte aposta no seu marketplace (site através do qual permite a venda de produtos por parte de profissionais, alargando de forma profunda o universo de escolha dos clientes).  Ao mesmo tempo, o consumidor pesquisa cada vez mais informações online sobre o produto que quer comprar, mas, diz Cláudia Almeida e Silva, o “papel da loja ainda é muito relevante”. As pessoas, afirma a gestora, gostam de “experimentar o produto” e, até, de “ter um ponto de encontro”.

Por isso mesmo, a empresa aposta em áreas onde são apresentados produtos tecnológicos. E há dados que mostram as relações entre as lojas físicas e a vertente online: Cerca de 30% dos clientes que fazem compras no site vão buscar os produtos à loja, e as novas aberturas ajudaram a fazer crescer as vendas online da empresa. Apesar de não desagregar os valores para Portugal (o grupo fornece apenas as vendas a nível ibérico), a empresa garante que 2015 foi “o terceiro ano consecutivo de crescimento”. Aqui, a expansão de novas lojas será certamente um apoio de peso.

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