Bombista de Istambul era membro do Estado Islâmico

Vítimas mortais são três israelitas e um iraniano, além do terrorista suicida, de nacionalidade turca, diz Governo de Ancara

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Caixões dos três israelitas que morreram`, no ataque de Istambul, à chegada a Israel Reuters

O homem que no sábado se fez explodir numa das ruas mais movimentadas e populares do centro de Istambul era um turco membro da organização terrorista Estado Islâmico, segundo informações divulgadas pelo governo de Ancara, e noticiadas pela agência Reuters.

O ministro turco do Interior, Efkan Ala, disse que o bombista suicida é natural de Gaziantep, região no Sul do país, adiantando ainda que foram detidas cinco pessoas, por suspeita de terem ligações ao autor do atentado, que vitimou três israelitas e um iraniano, além de ter ferido dezenas de pessoas, incluindo um cidadão português.

"Apurámos que Mehmet Ozturk, nascido em 1992 em Gaziantep, levou a cabo este hediondo ataque de sábado em Istambul. Sabemos agora que era membro do Daesh [acrónimo árabe do Estado Islâmico]", disse Ala numa conferência de imprensa transmitida pela televisão.

Israel confirmou, por seu lado, que três cidadãos nacionais – dois dos quais com dupla nacionalidade israelita e norte-americana – morreram no ataque à bomba, cua execução foi gravada por câmaras de vigilância, tendo as imagens sido exibidas nos noticiários internacionais. Além disso, 11 dos 36 feridos são também cidadãos israelitas. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que estão a tentar perceber se se tratou de um ataque deliberado a cidadãos israelitas, ou se foi uma coincidência, tendo em conta que a bomba explodiu na Avenida Istiklal, a mais famosa artéria do centro de Istambul, com muitas lojas de comércio variado.

O ataque teve algumas semelhanças com um outro levado a cabo em Janeiro, também atribuído ao Estado Islâmico, e que matou pelo menos 12 cidadãos alemães, no centro histórico, junto à Mesquita Azul.

Habitualmente apinhada de gente, a Istiklal estava menos cheia neste sábado, conta a Reuters – desde domingo que muitos turcos evitam locais de grande concentração. “É melhor não nos encontrarmos na rua”, é o conselho repetido por muitos habitantes de uma cidade conhecida pela animação das suas ruas e que atrai todos os anos milhões de turistas, conta o correspondente da BBC.

A Turquia está em alerta máximo desde Outubro, quando um atentado reivindicado pelo Estado Islâmico matou 103 pessoas em Ancara – o mais mortífero de uma vaga de ataques terroristas, cada vez menos espaçados, que colocam sob grande pressão o Governo do Presidente, Recep Tayyip Erdogan. Um surto de violência directamente ligado à guerra na vizinha Síria, na qual Ancara tomou partido desde início, e que foi aproveitada tanto pelas milícias curdas (que Ancara vê como um ramo do PKK) como pelo Estado Islâmico para se apoderarem de grandes faixas de território junto à fronteira.

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