Richard Davalos, o actor com James Dean, o rosto em capa dos Smiths (1930-2016)

Secundário icónico, contracenou com James Dean em A Leste do Paraíso e com Paul Newman em O Presidiário. Em 1987, Morrissey escolheu-o como capa do último álbum dos Smiths. Morreu em Burbank aos 85 anos.

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Richard Davalos (à esquerda) e James Dean em A Leste do Paraíso DR

Era arrumador no cinema quando Elia Kazan reparou nele. Passado pouco tempo, era (também) para o ver que os espectadores se deixavam arrumar nas cadeiras perante o grande ecrã. Escrevemos “também” porque Richard Davalos, o actor que morreu esta terça-feira em Burbank, na Califórnia, aos 85 anos, celebrizou-se como figura carismática ao lado da estrela.

Actor secundário icónico, poderíamos resumir. Assim foi no seu papel mais celebrado, como o irmão de Cal (James Dean), em A Leste do Paraíso, realizado por Kazan em 1955, a partir do romance de John Steinbeck  durante a rodagem, partilhou um apartamento com Dean na mesma Burbank em que veio a morrer seis décadas depois. Assim foi também quando interpretou o presidiário Blind Dick em O Presidiário (1967), de Stuart Rosenberg – o protagonista era Paul Newman.

Paralelamente, fez carreira na televisão, tendo participado em episódios de séries como Bonanza, Perry Mason ou Crime, Disse Ela. No cinema, vimo-lo ainda no remake americano de 1962 de O Gabinete do Dr. Caligari, clássico do expressionismo alemão, no filme de guerra All the Young Men (1960) ou em Something Wicked This Way Comes (1983), adaptação de um conto de Ray Bradbury. O seu nome surge inscrito pela última vez no elenco de um filme em 2008, em Ninja Cheerleaders.

O rosto de Richard Davalos viria também a tornar-se parte da iconografia pop nos anos 1980, quando Morrissey escolheu um retrato seu, reenquadramento de uma foto com James Dean, como capa do último álbum dos The Smiths, Strangeways, Here We Come, editado em 1987. “Sinto-me tão intrigado como vocês quanto ao porquê de Morrissey me ter escolhido, mas senti-me incrivelmente lisonjeado”, comentou em entrevista à revista britânica Mojo.

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