Fernando Pinto insiste nas vantagens da ponte aérea Lisboa-Porto

Gestor considera que tem havido desinformação quanto à estratégia da transportadora, e garante que o Porto vai ter benefícios com o serviço Tap Express

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Fernando Pinto Miguel Manso

A poucas semanas do arranque do serviço Tap Express, que garantirá 18 ligações diárias entre Porto e Lisboa, nos dois sentidos, o director executivo da TAP reuniu-se esta segunda-feira no Porto com a direcção do conselho Metropolitano, organismo que tentou convencer das razões que levaram a empresa a abandonar quatro rotas a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro e das vantagens da ponte aérea. Com a companhia debaixo de fogo, por estar alegadamente a desvalorizar a infra-estrutura nortenha, Fernando Pinto garante que a TAP precisa do Porto, e que a região vai beneficiar com a nova opção da transportadora.

No mesmo dia em que a Câmara do Porto acusou, no seu sítio da internet, a TAP de estar a acelerar o suposto abandono do Sá Carneiro, com o cancelamento de voos em Fevereiro, o presidente da empresa não respondeu ao munícipio liderado por Rui Moreira, mas disse existir “alguma desinformação” em relação às opções da companhia.  

“Temos procurado manter a comunidade informada. Mas acho que poderíamos fazer melhor, sem dúvida”, insistiu, garantindo que “ o objectivo é fazer um melhor serviço ao Porto” e que, como empresa que “respeita muito o mercado do Porto”, a TAP reavaliará, a cada seis meses, a reacção dos clientes à ponte aérea.

“A ponte aérea que foi criada vai trazer novos benefícios e novas ligações ao Porto. A nossa visão é de que o Porto fica melhor conectado à Europa, ao Brasil, aos Estados Unidos e ao Brasil. Neste caso, em vez de ter voos duas vezes por semana para o Brasil, que vai continuar a ter, está previsto, nós oferecemos voos diários, para o Rio e São Paulo. E com maiores frequências para outros destinos da Europa. O serviço será melhor desde que se siga o que está previsto: voos de hora a hora nas duas direcções, com passagem pelos aeroportos muito mais facilitada e com sistema de ligações muito mais fácil. Isso facilita até a abertura de novos negócios e de novos mercados para o Porto. Isso é extremamente importante”, argumentou.

Do outro lado da mesa, os autarcas de Oliveira de Azeméis, Maia e Santo Tirso, da direcção do Conselho Metropolitano, ouviram as razões da empresa, que lhes deu “informações adicionais” e que garantiu, como anuiu o social-democrata Hermínio Loureiro, que “nenhuma decisão é irreversível”. Mas “Isso não significa que as rotas possam ser repostas, daqui a seis meses”, avisou Fernando Pinto. Os autarcas foram “esclarecidos”, mas garantem não estar “convencidos”, ainda que Loureiro saísse a dizer – ao contrário do que tem dito Rui Moreira – que a ponte aérea “é importante” para as duas cidades.

A ponte área – a que se soma o anúncio de uma ligação Vigo Lisboa – tem sido apontada como a face visível de uma estratégia de concentração do serviço internacional e, principalmente, intercontinental, da TAP na Portela, algo que Fernando Pinto tem negado, e que hoje reafirmou. Na semana passada, o director de vendas da Ryanair revelou, na Câmara do Porto, que a ANA, gestora dos aeroportos portugueses, está a fazer um desconto de 20% nas taxas cobradas a voos de ligação na capital. Uma questão que o Conselho Metropolitano poderá esclarecer na reunião que pretende manter com a ANA.  

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