"Os que limpavam nunca viam quem sujava"

A frase é de um tio do jornalista moçambicano Tomás Vieira Mário e aponta o dedo à segregação, não oficial, que se vivia em Maputo durante o período colonial. Quando a cidade ainda se chamava Lourenço Marques, quando os bancos de trás dos autocarros estavam reservados aos moçambicanos negros e numa altura em que o acesso a alguns espaços, como cafés ou cinemas, era privilégio de poucos, sobretudo brancos. Ainda que hoje, 40 anos após a independência de Moçambique, o racismo não seja tão evidente, os moçambicanos ainda falam das suas marcas: microagressões no quotidiano, desigualdades económicas que convivem com as raciais, e um complexo de inferioridade, por exemplo.

Esta é a quinta e última reportagem da série Racismo em Português, desta vez dedicada a Moçambique.