Dois traficantes sírios condenados pela morte de Aylan Kurdi

Muwafaka Alabash e Asem Alfrhad podiam enfrentar uma pena de 35 anos, mas foram apenas condenados a quatro anos e dois meses de prisão.

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Aylan morreu em Setembro Nilufer Demir/AFP

Um tribunal turco sentenciou dois traficantes de origem síria a quatro anos e dois meses de prisão pela morte do menino sírio de três anos Aylan Kurdi e de outras quatro pessoas.

Muwafaka Alabash e Asem Alfrhad foram condenados por tráfico humano, mas foram absolvidos da acusação de homicídio por neglicência, avança a agenda turca Anadolu.

A acusação contra os dois traficantes remonta a Dezembro do ano passado. Procuradores turcos pediram, na altura, uma pena de 35 anos de prisão para os traficantes, acusados de serem responsáveis pelo afogamento do menino sírio que morreu em Setembro, depois de o barco onde seguia com a sua família ter naufragado. A família tentava concluir a travessia de Bodrum até à ilha grega de Kos.

O corpo de Aylan foi encontrado juntamente com o da sua mãe, Rehan Kurdi, e do seu irmão, Galip, de cinco anos. O pai, Abdullah Kurdi, conseguiu sobreviver e regressou à Síria.

O pai de Aylan afirma que a sua família pagou um valor combinado de quatro mil euros aos traficantes para garantir lugares num pequeno barco. A travessia começou durante a noite, mas quando as condições do mar pioraram, os contrabandistas abandonaram o barco, deixando os passageiros a dirigi-lo por conta própria.

Alabash e Alfrhad negam a responsabilidade pelas mortes. Em vez disso, culpam o pai de Aylan, acusando-o de organizar a viagem.

A imagem do corpo de Aylan Kurdi chocou o mundo e chamou a atenção para a crise de refugiados. Contudo, a Europa está cada vez mais divida e com mais dificuldade em apresentar soluções.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, tem um encontro marcado para hoje com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan para discutir assuntos relativamente à crise de refugiados. Tusk afirma que o número de pessoas que tentam entrar na União Europeia através da Turquia permanece “muito elevado”.

Nos primeiros dois meses de 2016, pelo menos 418 pessoas morreram na sua tentativa de chegar à Europa, segundo números da Organização Mundial para a Migração (IOM). A organização estima que 321 pessoas morreram na rota do Mediterrâneo que termina na Grécia, sendo 77 delas crianças, o que faz uma média superior a uma criança morta por dia. 

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