Marcelo quer levar afectos, proximidade, simplicidade e estabilidade para Belém

Presidente eleito esteve na apresentação de um livro de fotografias da campanha eleitoral.

Foto
Rui Ochôa e Marcelo Rebelo de Sousa DR

Um Presidente de “afectos”, de “proximidade”, de “simplicidade” e que oferece “estabilidade”. Eis o retrato que Marcelo Rebelo de Sousa faz de si próprio quando for Presidente da República – até com “simplicidade protocolar” - e que foi inspirado nas marcas que quis imprimir na campanha eleitoral. A volta a Portugal deu origem a um livro de fotografia – uma ideia que a princípio não lhe despertava “paixão” – mas no qual o seu fotógrafo oficial, Rui Ochôa, “teimosamente” insistiu.

A obra Afectos (Texto Editora, Leya) foi apresentada esta quinta-feira à tarde, na antiga sede de campanha, em Belém, que juntou alguns apoiantes e antigos colaboradores, mas sem dirigentes partidários.

“Estas quatro ideias – afectos, simplicidade, proximidade e estabilidade  - foram da campanha e são ideias que desejo que venham a presidir à minha presidência. Veremos se isso se concretiza”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, que chegou à apresentação do livro à hora marcada, já acompanhado de elementos de segurança. Também, neste capítulo, o Presidente eleito promete travar uma “luta diária” por “um protocolo com simplicidade”.

O Presidente eleito justifica a ideia de afectos com a crise dos últimos anos e o apelo ao coração. “Uma palavra a mais ou a menos, uma explicação a mais ou a menos pode fazer a diferença”, disse. Se a proximidade e a simplicidade foram “marcas” da campanha, Marcelo Rebelo de Sousa revela que foi o princípio da “estabilidade” que lhe criou “engulhos”, logo que anunciou a candidatura, em Outubro de 2015. O clima político pós-legislativas obrigou-o a adiar entrevistas até ao princípio de Dezembro. Nos discursos de apresentação traçou as linhas gerais do que pretendia para a Presidência, mas considerou que elas caíram em saco roto, por existirem “realidades mais emocionantes do que o discurso”. Durante dois meses as perguntas variavam entre se ia dissolver a Assembleia da República quando fosse possível ou qual a composição do governo, revelou o antigo comentador televisivo. “O país não pode viver sucessivamente em campanha”, defendeu, embora reconheça que naquela altura “não foi fácil passar essa mensagem”.

O antigo comentador televisivo desvalorizou o seu mediatismo como factor determinante na vitória eleitoral das presidenciais. Recordando que avaliou muitos candidatos políticos ao longo da sua vida, Marcelo considera que “não foi o mediatismo que as condenou ou que as salvou”, mas antes a capacidade de passar a “confiabilidade da mensagem”.

A poucos dias de tomar posse como Presidente da República, Marcelo deixou um elogio aos chefes de Estado eleitos no pós-25 de Abril. “Pensando só nos Presidentes em democracia, há que reconhecer que todos eles serviram, de acordo com os seus diversos estilos, de uma forma claramente positiva os portugueses e Portugal”, enalteceu.

As imagens do livro privilegiaram o candidato ao lado de anónimos durante a pré-campanha e no período oficial. A intenção, segundo o antigo fotógrafo do Expresso, foi “cobrir o maior número de pessoas”, reflectindo “os afectos e a proximidade que ele [o candidato] conseguiu transmitir”.

“O Rui abraçou esta causa” e foi mesmo isso que fez o projecto do livro prevalecer, disse Marcelo, reiterando que o Presidente eleito não conseguiu convencer o autor da “impossibilidade” de se transmitir o que se vive numa campanha eleitoral. Marcelo fez quase todas as campanhas partidárias do PSD e garante: “Não há duas iguais”.

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