Pedidos de patentes portuguesas na Europa são menos de 0,1% do total

Em 2015, houve 137 pedidos de patentes portuguesas ao Instituto Europeu de Patentes, um aumento de 21,2% face a 2014.

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Um laboratório na Universidade do Minho, uma das instituições portuguesas que fez mais pedidos de patente ao IEP em 2015 Paulo Pimenta (arquivo)

Dos 160.022 pedidos de patentes feitos em 2015 ao Instituto Europeu de Patentes (IEP), 137 foram portugueses, um aumento de 21,2% face ao ano anterior, quando Portugal tinha apresentado 113 pedidos, segundo os dados divulgados nesta quinta-feira pelo IEP. Em 2014, o pedido total de patentes portuguesas feitas em todo o mundo foi de 1333, de acordo com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), que ainda não tem dados para 2015. Por isso, os pedidos feitos ao IEP representaram em 2014 apenas cerca de 8,5% do total de pedidos apresentados por instituições e empresas portuguesas.

Tanto as submissões como a manutenção de uma patente custam dinheiro. É possível fazer um pedido de patente em vários países e regiões, consoante o interesse das empresas ou das instituições que o fazem. Quando a patente é atribuída, a entidade proprietária da patente fica com o direito exclusivo de a explorar na região onde pediu por alguns anos. As patentes atribuídas pelo IEP vigoram em quase toda a Europa, menos na Bielorrússia, na Ucrânia e na Rússia. Em 2015, o IEP atribuiu 46 patentes portuguesas entre um total de 68.421 patentes atribuídas pela instituição europeia.

Para se ter uma noção do mercado europeu de patentes, é preciso compará-lo com o resto do mundo. Em 2014, houve 152.703 pedidos de patentes ao IEP. Em todo o mundo, o número para esse ano foi 17 vezes maior, de 2.680.900, de acordo com a OMPI. Só os pedidos de patentes feitos à China foram 928.177 e aos Estados Unidos foram 578.802. Em 2014, houve 1.176.600 patentes atribuídas em todo o mundo, 18 vezes mais do que as 64.614 atribuídas pelo IEP. Ao todo, houve nesse ano 294 novas patentes portuguesas e destas, o IEP atribuiu 22 (menos de metade das patentes portuguesas atribuídas pelo IEP em 2015).

Voltando aos dados divulgados pelo IEP para 2015, os EUA são o país que mais pedidos de patentes fez à instituição europeia: 42.692. Em segundo lugar vem a Alemanha, com 24.820, em quinto a Holanda, com 7100, em 12º a Bélgica (que tem uma população equivalente a Portugal), com 2041. Portugal só aparece na 34ª posição, com os seus 137 pedidos, que representam 0,085% do total de pedidos feitos à instituição europeia em 2015, ficando atrás do Liechtenstein, na 28ª posição, com 371 pedidos (e que teve um aumento 33,5% face ao ano anterior), e do Brasil, na 32ª posição, com 187 pedidos.

Ainda assim, os pedidos de patentes portuguesas em todo o mundo têm crescido. Em 2000, o número era de apenas 193, de acordo com os dados da OMPI. Em 2014, o valor foi quase sete vezes maior: os já referidos 1333.

Se olharmos para as regiões portuguesas, o Minho e o Douro Litoral são responsáveis por 44% dos pedidos de patentes ao IEP em 2015. Por cidade, Lisboa lidera com 25 pedidos, Braga tem 21 e o Porto tem 16. Quanto às instituições, o top 3 é dominado pelo Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, com oito pedidos, seguido pela empresa Saronikos Trading and Services e pela Universidade do Minho, ambas com seis pedidos de patentes. A área da medicina ficou à frente no tipo de patentes pedidas, com 12%. A seguir, vieram a engenharia civil e o mobiliário, que representaram, cada um, 7% dos pedidos de patentes.

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