Aeroporto do Porto é a principal aposta da Transavia para 2016

Companhia low-cost franco-holandesa quer crescer 30% no mercado nacional e reserva para o Aeroporto Sá Carneiro um caso inédito de aumento de frequências.

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Nathalie Stubler, CEO da Transavia, quer crescimentos de 30% em Portugal Fernando Veludo/NFactos

Nem só pela instalação de bases num determinado aeroporto se pode aferir a importância que este tem para a operação de uma companhia aérea. Para a Transavia, a companhia low-cost que resultou da fusão entre a KLM e a Air France, o aeroporto do Porto é “um dos mais importantes de toda a rede” e aquele onde a transportadora mais aumenta frequências e deposita esperanças de crescimento. “É o único aeroporto onde mantemos uma rota não doméstica [a ligação Porto-Funchal] e vai ser aquele que, a partir de 9 de Maio, vai ter o maior número de frequências numa mesma rota em toda a rede: quatro ligações diárias entre Porto e Orly”, em Paris. “Não encontra mais nenhum caso destes em toda a rede da companhia”, disse ao PÚBLICO a nova presidente executiva da Transavia França, Nathalie Stubler.

Mesmo assim, e apesar dos objectivos ambiciosos de crescer em 30%, este ano, o número de passageiros transportados de e para aeroportos portugueses, não há nenhuma previsão para instalar uma base em território nacional (ou seja estacionar aviões e criar postos de trabalho).

“A opção que tomámos para instalar uma base fora dos nossos mercados, França e Holanda, foi em Munique. Não temos mais nenhuma prevista para fora dos nossos territórios, e foi isso que temos acordado com os sindicatos”, afirmou a CEO, acrescentando que, quando as coisas mudarem, os aeroportos portugueses serão sempre uma boa hipótese de análise “porque Portugal é o segundo mercado mais importante para toda a rede Transavia, e o primeiro mercado para a Transavia França”.

Durante o ano de 2015 Portugal garantiu mais de 10% dos 11 milhões de passageiros transportados e os objectivos para 2016 estão já fixados nos milhões de passageiros. “Portugal tem visto o seu movimento de passageiros crescer muito e nós temos participado e temos contribuído para esse crescimento”, recorda Nathalie Stubler. O papel do aeroporto do Porto nesta estratégia de crescimento é, diz a gestora, fundamental, mesmo não sendo aquele que oferece mais rotas da Transavia – “há casos, como em Faro, onde até pode haver mais oferta de destinos, mas são rotas vocacionadas para o perfil turístico, limitam-se, em alguns casos, a um ou dois voos semanais”, explica a presidente da companhia.

As ofertas da Transavia para os aeroportos nacionais vão passar das actuais 17 para 24 rotas, e o aeroporto Francisco Sá Carneiro vai ser aquele que oferece o maior número de frequências em toda a rede: não haverá mais nenhum caso a oferecer quatro ligações diárias como a que vai surgir entre Porto e Orly.

“Temos muitas expectativas neste reforço, porque os horários são muito competitivos: o primeiro voo sai do Porto às 6h, e chega a Paris às 9h locais. E o último voo de Paris sai às 20h30. Portanto, os passageiros portugueses poderão fazer ida e volta num dia – é um horário apropriado para o segmento business, uma das nossas apostas. E para o mercado francês este reforço tem o atractivo de oferecer um voo da parte da tarde, que até agora não existia”, justifica.

Numa altura em que a utilização do aeroporto do Porto está na ordem do dia, e em que a intenção da TAP, recentemente privatizada, de cancelar quatro rotas para a Europa (Bruxelas, Barcelona, Milão e Roma) está a gerar contestação entre as forças políticas e empresariais da região norte e centro, a Transavia põe-se à margem, e diz que fez as suas opções há mais tempo. Por exemplo, não voa para Bruxelas e não tem previsto começar, tão cedo, a voar.

A primeira base instalada fora de territórios domésticos, e para já a única (mereceu forte contestação por parte dos sindicatos, que avançaram com greves), é Munique, que arranca com voos em Março. As novas ligações que a Transavia vai oferecer a partir de e para aeroportos nacionais são as rotas Munique-Porto, Munique-Faro e Munique-Lisboa, e ainda as rotas Faro-Lyon, Lisboa-Lyon e Nantes-Faro. 

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