No último congresso, João Almeida, então com 25 anos, era o mais jovem membro do conselho nacional eleito no congresso e era um dos rostos da renovação que a CGTP queria introduzir na sua direcção.

Decorridos quatro anos, em que assumiu a actividade sindical a tempo inteiro, o jovem faz um balanço positivo da sua experiência (que vai renovar, uma vez que faz parte dos 147 membros do conselho nacional que foram eleitos neste congresso): “Aprendi a ser melhor sindicalista e foi possível aprofundar o conhecimento da realidade dos trabalhadores”.

Mas também se apercebeu que “às vezes há uma certa frustração” que vai ganhando terreno “porque o fruto do nosso trabalho não se vê no imediato”. Mas que “ facilmente é ultrapassada pela alegria de defender os direitos dos trabalhadores e lutar por uma sociedade sem exploradores e sem explorados”.

Há quatro anos, João Almeida dizia que não era o sindicalismo que tinha de mudar, as pessoas é que tinham de se mobilizar para defender os seus direitos. Ainda pensa assim? “A minha opinião é a mesma. Uma das tarefas mais difícil é a consciencialização dos trabalhadores e fazer com que percebam que há alternativas”.

Coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Norte a tempo inteiro, João Almeida não sente que os trabalhadores mais velhos o olhem com desconfiança. Mas conta que a primeira reunião que teve com Assunção Cristas, a ministra (que teve a tutela da agricultura e do mar no governo anterior) “olhou um bocadinho de lado”. Mas depois percebeu “que conhecemos bem os assuntos e os problemas dos trabalhadores e o facto de ser muito novo é uma questão que fica de lado”.

Aos jovens que agora se juntam pela primeira vez ao conselho nacional da CGTP, João deixa uma mensagem: vai ser enriquecedor ao nível pessoal, mas vai dar trabalho.