Prejuízos do Novo Banco atingem os 981 milhões

Resultado operacional positivo em 125 milhões no ano passado.

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Nuno Ferreira Santos

O prejuízo de 980,6 milhões de euros, diz a instituição financeira liderada por Eduardo Stock da Cunha, é o reflexo do elevado nível de provisionamento “essencialmente para crédito a clientes, títulos e imóveis”, que chegou aos 1054,4 milhões, e da anulação da totalidade dos prejuízos fiscais reportáveis” relativos a 2013, no montante de 160 milhões.

Entre 4 Agosto de 2014 (data da resolução aplicada ao ex-BES) e o final de Dezembro desse ano, o prejuízo tinha sido de 497,6 milhões. Já se esperava um prejuízo avultado para o exercício do ano passado, mas só nesta quarta-feira à tarde é que as contas foram divulgadas

De acordo com os dados do banco, no exercício de 2015 houve um reforço das provisões em 1057,9 milhões de euros, "em particular nas 50 maiores exposições de risco que já existiam à data da resolução do BES e nos imóveis (+592,3 milhões)".

Ainda assim, as contas do Novo Banco dão conta de um resultado operacional positivo em 125 milhões, o que, para a gestão, “demonstra a capacidade em gerar resultados positivos antes de imparidades e provisões” e “evidencia a recuperação da normalidade do grupo”.

Ao nível dos depósitos, a instituição subiu o seu valor em 2,8% entre Dezembro de 2014 e o mesmo mês do ano passado, para 27,4 mil milhões de euros. A subida nas áreas de retalho e private "mais do que compensaram" a saída de depósitos de alguns clientes institucionais.

O crédito bruto desceu 6,6%, para 37,4 mil milhões, colocando assim o rácio de transformação crédito/depósitos nos 113%. De acordo com o banco, a redução da carteira de crédito ajudou ao equilíbrio do rácio de transformação "sem prejudicar os níveis de concessão de novo crédito".

Para este ano, o Novo Banco assume vários desafios, como um resultado operacional superior a 230 milhões de euros, e a alienação de um conjunto de imóveis avaliados em 700 milhões.

O Novo Banco, que se apresenta como o terceiro banco em Portugal (com activos de 57,5 mil milhões), nasceu no âmbito da medida de resolução aplicada ao ex-BES em Agosto de 2014 e recebeu 4,9 mil milhões através do Fundo de Resolução (dos quais 3,9 mil milhões são um empréstimo do Estado). Neste momento, está a iniciar-se a segunda tentativa de alienação da instituição (tendo esta terça-feira o PCP apresentado uma proposta no Parlamento para a nacionalização do banco).

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