Activista dos Precários Inflexíveis julgada por pedir demissão de Passos Coelho

As dívidas que o ex-primeiro-ministro tinha à Segurança Social motivaram um protesto nas Galerias do Parlamento, a 11 de Março de 2015. Um ano depois, uma das activistas vai a tribunal.

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A plataforma Precários Inflexíveis fala em "perseguição judicial". Nuno Ferreira Santos

A activista Ana Nicolau, dos Precários Inflexíveis (PI), será presente a tribunal no próximo dia 2 de Março. Em causa estará o protesto dos PI de 11 de Março de 2015, quando os activistas interromperam o então primeiro-ministro, Passos Coelho, durante um debate quinzenal na Assembleia República para exigir a sua demissão. O julgamento será no dia em que a manifestação Que Se Lixe a Troika! – O Povo é Quem Mais Ordena cumpre 3 anos.

Em comunicado, a Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis declarou solidariedade para com a activista, que irá “a julgamento por exigir demissão de Passos Coelho no Parlamento”. “Este julgamento representa a falta de liberdade de expressão”, afirma a plataforma. O PÚBLICO tentou falar com Ana Nicolau, mas sem sucesso.

Durante várias semanas do primeiro semestre de 2015, os Precários Inflexíveis exigiram a demissão do antigo primeiro-ministro, quando foi tornado público que não havia cumprido “com o pagamento das suas contribuições à Segurança Social” durante cinco anos.

No dia em causa, um grupo de manifestantes do grupo Precários Inflexíveis interrompeu Passos Coelho enquanto respondia ao socialista Ferro Rodrigues, quando questionado a propósito das dívidas que tinha à Segurança Social. Das galerias, os manifestantes de punho erguido gritaram “demissão” e “metes nojo ao povo”, até serem retirados pela PSP.

Ainda em Março de 2015 foi apresentada ao Presidente da República, Cavaco Silva, uma petição assinada por quase 20 mil pessoas que pedia a demissão de Passos Coelho, com os mesmos argumentos assinalados pelos PI.

Dois anos antes, a 15 de Fevereiro de 2013, manifestantes que estavam nas galerias da AR cantaram a Grândola Vila Morena de modo a interromper o discurso de Passos Coelhos. Depois desse protesto, foram várias as ocasiões em que figuras do Governo foram interrompidas durante os seus discursos por manifestantes que cantavam a Grândola. Dizem os Precários Inflexíveis que três anos após este protesto, “continua a haver perseguição judicial a activistas políticos”.

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