Taylor Swift e Kendrick Lamar foram os que mais brilharam nos Grammy

Ela recebeu três prémios, entre eles o mais relevante, o de Melhor Álbum com 1989, e ele venceu em cinco categorias referentes à música rap, tendo galvanizado a assistência na 58.ª cerimónia dos Grammy, que decorreu em Los Angeles na madrugada desta segunda-feira.

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Taylor Swift e o seu prémio PHOTO/ ROBYN BECK
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Kendrick Lamar a actuar nos Grammy AFP PHOTO/ ROBYN BECK
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A actuação de Kendrick Lamar AFP PHOTO/ ROBYN BECK
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Kendrick Lamar e o seu prémio REUTERS/Mario Anzuoni
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Lady Gaga a cantar David Bowie REUTERS/Mario Anzuoni
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Lady Gaga na passadeira vermelha AFP PHOTO/ Valerie MACON

É rara uma tão grande unanimidade à volta de um álbum como aconteceu com To Pimp A Butterfly (2015) do rapper americano Kendrick Lamar, enorme sucesso comercial e também de crítica, sendo considerado no final do ano transacto o melhor de 2015 pela generalidade das publicações mais influentes do mundo.

Mas isso não chegou para que ganhasse na categoria mais apetecível dos Grammy, a de Melhor Álbum. Kendrick Lamar, de 28 anos, que estava nomeado em 11 categorias acabou por vencer cinco, as referentes à música rap – Canção Rap, Performance Rap, Colaboração Rap, Vídeo Musical e Álbum Rap.

Foi dele também a actuação ao vivo mais galvanizante na cerimónia, interpretando duas canções (The blacker the Berry e Alright), assumindo-se como voz da consciência afro-americana, por entre hip-hop, jazz e poesia, adoptando o cunho politizado do último álbum, surgindo acorrentado no palco que reproduzia uma prisão, numa encenação visual que terminou com o mapa de África e a palavra Compton, o bairro de onde ele é originário.

As categorias globais que transcendem géneros, as mais importantes, foram para celebridades que confortam, não põem em causa. O Melhor Álbum foi para 1989 de Taylor Swift, tendo a cantora de 26 anos vencido também em Álbum Vocal e Vídeo Musical, com Bad blood, a música que interpreta com Lamar.

Na altura de agradecer lembrou que era a primeira mulher a receber o prémio mais relevante duas vezes e, dirigindo-se a todas as mulheres, lembrou que ao longo do seu percurso iriam encontrar pessoas que iriam tentar diminuí-las ou reclamar o crédito pela sua fama, naquilo que parece ter sido uma afirmação da sua celebridade e uma indirecta a Kanye West, no seguimento da polémica dos últimos dias à volta da canção Famous, em queTaylor Swift é visada com a frase “I made that bitch famous”.

A Gravação do Ano foi atribuída a Uptown funk de Mark Ronson e Bruno Mars, canção nostálgica de revisitação ao funk dos anos 1970. O duo ganhou também em Performance de Grupo Pop. A Música do Ano foi para Thinking out loud de Ed Sheeran. Outra das categorias mais relevantes, a de Artista Revelação, coube a Meghan Trainor, uma jovem cantora americana de 22 anos.

Entre os vencedores conta-se também o grupo Alabama Shakes –  ganharam quatro prémios, incluindo Álbum Alternativo com Sound & Colour, Performance Rock e Canção Rock por Don’t wanna fight – e o projecto canadiano The Weeknd de Abel Tesfaye, em Performance R&B e Álbum Urbano com Beauty behind the Madness.

Da mesma área estilística outro destaque: o alquimista da soul D’Angelo venceu em Canção R&B com Really love e Álbum R&B com Black Messiah, o disco do final de 2014, que marcou o seu regresso depois de 15 anos inactivo. Os produtores da área das electrónicas, Skrillex e Diplo, com o nome de Jack Ü, ganharam em Gravação de Dança, com Where are Ü now (com voz de Justin Bieber) e Álbum de Dança. O Álbum Rock foi para Drone dos Muse, e de Músicas do Mundo para Songs de Angélique Kidjo.

O músico e produtor português André Allen Anjos (RAC), a residir nos EUA, que estava nomeado na categoria de Remistura, viu Dave Audé roubar-lhe o troféu com a remistura de Uptown Funk de Mark Ronson & Bruno Mars. O toque português na lista dos vencedores surgiu da cantora e pianista Eliane Elias, que venceu em Álbum de Jazz Latino com Made in Brazil.

No discurso de abertura – e tendo como pano de fundo as discussões recentes em torno da alegada falta de diversidade étnica nos Óscares do cinema – o apresentador LL Cool J salientou a diversidade racial e estilística dos nomeados, enfatizando o poder da música como factor de congregação, capaz de superar todas as divisões.

Para além de Lamar e de Taylor Swift, que abriu as actuações ao vivo com Out of the woods, existiram outras prestações muito comentadas, nem sempre pelas melhores razões. Foi o caso da britânica Adele, que terá tido dificuldades técnicas que a levaram a desafinar, e de Lady Gaga, protagonista de uma frenética homenagem a David Bowie que dividiu opiniões, num quadro onde sintetizou dez canções em seis minutos. A actuação foi supervisionada pelo histórico Nile Rodgers (Chic), velho conhecido de Bowie, que também esteve em palco.

Outras figuras que faleceram recentemente também foram lembradas, como Gleen Frey dos Eagles, com os sobreviventes do grupo e Jackson Browne a juntarem-se em palco para uma homenagem, o mesmo sucedendo com Maurice White, a alma e líder dos Earth, Wind & Fire, que foi celebrado pelos seus companheiros de colectivo. Quem estava previsto actuar e não chegou a comparecer foi Rihanna, ao que parece por motivos de saúde, o mesmo acontecendo com Lauryn Hill.

Os prémios foram atribuídos a gravações realizadas entre Outubro de 2014 e Setembro de 2015 pelos milhares de votantes, membros da National Academy of Recordings Arts and Sciences, que pertencem à Academia por sistema de créditos ou por terem editado comercialmente pelo menos seis discos.

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