Almeida Santos homenageado pelo Ministério da Justiça

As posições que Almeida Santos ocupou na vida política portuguesa foram múltiplas, e relembradas esta sexta-feira numa celebração no Ministério da Justiça.

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O histórico do PS foi relembrado e celebrado por António Costa, Francisca Van Dunem e Rui Alarcão. Daniel Rocha

O homem que "construiu a nova história" da democracia, após o 25 de Abril, e teve uma "vida intensa" e de "combate político" até "ao último minuto" – foi assim que o primeiro-ministro evocou Almeida Santos, esta sexta-feira.

"Teve uma vida intensa e pode vivê-la até ao último minuto", disse António Costa, observando que, na véspera da sua morte, Almeida Santos "subiu ao púlpito" para prosseguir "o seu combate político".

O chefe do governo falava no final de uma cerimónia que o Ministério da Justiça organizou em homenagem a Almeida Santos, que foi ministro da Justiça entre 1976 e 1978.

"Toda esta homenagem é, no mínimo, merecida e devida a Almeida Santos", disse António Costa, depois de os presentes terem assistido a uma actuação do fado de Coimbra (numa canção com letra de Manuel Alegre) e a intervenções da ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, e do professor Rui Alarcão, ex-reitor da Universidade de Coimbra.

O primeiro-ministro disse ter sido "surpreendido" com a morte do antigo presidente da Assembleia da República durante uma visita oficial a Cabo Verde, cujas negociações para a sua independência tiveram Almeida Santos num papel cimeiro.

Da passagem de Almeida Santos pelo Ministério da Justiça há 40 anos, António Costa sublinhou a importância dos diplomas que deixou relativamente ao Estatuto do Ministério Público, reforma do Código Civil (1997) e nova legislação administrativa que obriga as entidades a fundamentar os actos praticados.

António Costa, Francisca Van Dunem e Rui Alarcão, cada um à sua maneira, fizeram uma resenha da vida de Almeida Santos, da universidade de Coimbra a Moçambique, de opositor ao regime a ministro de diferentes ministérios no pós-25 Abril, de deputado a presidente da Assembleia da República, passando por líder parlamentar do PS e presidente do partido.

Na cerimónia estiveram presentes as principais figuras da justiça portuguesa, incluindo presidentes de tribunais superiores, procuradora-geral da República (PGR) e Provedor de justiça, bem como o antigo PGR Cunha Rodrigues, com quem Almeida Santos trabalhou e conviveu. 

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