Bethânia, meu amor: Mangueira é campeã do Carnaval carioca

Homenagem à cantora baiana vale à histórica escola de samba do Rio de Janeiro um título que lhe fugia desde 2002.

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Mangueira Yasuyoshi Chiba/Reuters
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Os 50 anos de carreira de Maria Bethânia foram celebrados pela Mangueira Yasuyoshi Chiba/Reuters
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A escola de samba Império de Casa Verde foi a vencedora do Carnaval deste ano em São Paulo Paulo Whitaker/Reuters
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Esta é a terceira vitório para a escola, que já venceu em 2005 e 2006 Paulo Whitaker/Reuters
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Império de Casa Verde (São Paulo) Paulo Whitaker/Reuters
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Império de Casa Verde (São Paulo) Paulo Whitaker/Reuters

Maria Bethânia, a Menina dos Olhos de Oyá, a homenagem à cantora baiana que a Mangueira apresentou este ano no Sambódromo, valeu à histórica escola de samba da zona Norte do Rio de Janeiro o título de campeã do Carnaval carioca. Há 14 anos que a escola fundada em 1928 por Cartola, Carlos Cachaça e companhia não era vencedora. É a sua 18.ª taça.

Oyá é o orixá que rege Maria Bethânia. A cantora desfilou no último carro do bloco, fechando um cortejo com grandes nomes da MPB – como o irmão Caetano Veloso, Adriana Calcanhotto, Zélia Duncan, Chico César, Ana Carolina e Mart'nália –, que se juntaram à homenagem coreografada pelo carnavalesco Leandro Vieira. Uma composição que convenceu os 35 jurados.

As escolas da Unidos da Tijuca e da Portela, com 269,7 pontos cada uma, ficaram a apenas uma décima da Mangueira (269,8) e ocupam os restantes lugares do pódio.

Em São Paulo, a vencedora foi a Império de Casa Verde, que levou ao Sambódromo do Anhembi o tema Império dos Mistérios. Sob a batuta de Jorge Freitas, a jovem escola da zona Norte da cidade voltou a sagrar-se campeã dez anos depois. Numa renhida competição, venceu, com 269,4 pontos, a Acadêmicos do Tatuapé e a Mocidade Alegre (ambas com 269,1).

O Carnaval ganhou este ano novo arroubo em São Paulo com dois milhões de pessoas que saíram rua. O prefeito Fernando Haddad estima que cerca de 40 mil desses foliões eram turistas (brasileiros e estrangeiros). Apesar de o Rio continuar sem rival no país, o autarca paulista acredita que a cidade está a ganhar relevância como destino turístico para o Carnaval.

Na capital baiana, onde o samba dá lugar a mistura de axé, pagode, arroxa, forró e sertanejo, o prefeito local também fez uma avaliação positiva dos dias de Carnaval – e também defendeu a cidade como destino turístico para esta altura. “Salvador voltou a estar na moda”, disse ACM Neto, justificando a afirmação com uma ocupação de 97% nos hotéis soteropolitanos.

O Carnaval, que tem raízes no entrudo português e que a partir do século XIX começou a ganhar contornos modernos, é a maior festa popular do Brasil. Movimenta milhares de milhões de reais anualmente. Além do Rio, São Paulo e Salvador, duas outras cidades com pergaminhos no Carnaval brasileiro são Recife e Olinda, no estado de Pernambuco.

“Meu corpo é área restrita”

A “quarta-feira de cinzas” acolheu um último desfile no Rio de Janeiro, onde o bloco Mulheres Rodadas saiu à rua pelo segundo ano consecutivo. É um grupo de feministas, que se reúne logo pela manhã no Largo do Machado e desfila ao longo de quilómetros até ao aterro do Flamengo, na zona Sul. O propósito é só um: alertar para os casos de assédio no Carnaval.

A edição brasileira da BBC exemplificava, no domingo, algumas das práticas que molestam as mulheres durante os dias de “folia”: um cerco de homens que só se desfaz quando a mulher que fica no meio os beija a todos; puxões nos braços ou no cabelo para virar as mulheres e beijá-las; “gravatas” no pescoço das mulheres, que só se libertam após beijar o agressor…

“Toda mulher já sofreu assédio e estar aqui no bloco é uma forma de ridicularizar esses actos. No Carnaval parece que é tudo liberado e permitido, inclusive atitudes quase animais”, disse à Folha de S. Paulo uma advogada de 36 anos que integrava o bloco esta manhã. Segundo o mesmo jornal, as participantes empunhavam cartazes com frases como “Meu corpo é área restrita: somente pessoal autorizado” ou “Não mereço homem idiota”.

“Pensar que, em 2016, ainda estamos defendendo a mulher desse tipo de violência e agressividade não faz nenhum sentido. Nossa palavra-chave é consentimento. A pessoa tem que consentir com aquele acto, é isso que faz a diferença”, explicou à Folha uma das fundadoras do bloco, Débora Thomé, sublinhando a diferença entre engate e assédio.

Os números de uma sondagem realizada no início do ano pelo Instituto Data Popular mostram que uma parte muito significativa dos brasileiros não acompanha os desejos das Mulheres Rodadas: 49% dos homens inquiridos consideram que os blocos de Carnaval não são para mulheres “direitas”; 61% vão mais longe e dizem que as mulheres solteiras que participem nos festejos de Carnaval não podem reclamar se forem alvo de “cantadas”.

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