PS pede demissão do presidente da CCDR eleito sábado líder do PSD/Algarve

Socialistas dizem que David Santos, como dirigente regional do PSD, não terá a isenção que o cargo de responsável da CCDR requer.

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O líder do PS/Algarve pediu nesta segunda-feira a demissão do presidente da CCDR da região, David Santos, por considerar que a sua eleição, no sábado, como dirigente regional do PSD é incompatível com a isenção que aquele cargo requer.

Em declarações à Lusa, o presidente da federação regional do Algarve do PS, António Eusébio, disse que "atendendo ao posicionamento" da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR/Algarve), que tem algumas competências semelhantes às de um "governo regional", será muito difícil ao presidente daquele organismo "conseguir separar as águas".

Em comunicado, o PS/Algarve sublinha que é "pouco crível que o presidente eleito do PSD/Algarve reúna as condições de confiança, independência, imparcialidade, isenção e lealdade exigíveis" para "operacionalizar as determinações recebidas dos membros do Governo" no exercício do cargo, "enquanto lidera a oposição ao mesmo tempo, fora do horário de expediente, em termos regionais".

David Santos foi eleito no sábado presidente da comissão política distrital do Algarve do PSD, sucedendo no cargo a Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, que estava no cargo há três mandatos e que se demitiu a 12 de Dezembro de 2015.

Segundo António Eusébio, o pedido de demissão de David Santos do cargo de presidente da CCDR/Algarve reúne o consenso dos autarcas e militantes do PS no Algarve, por considerarem que o também agora líder do PSD/Algarve "será confrontado com situações que o dividirão" e que a acumulação de ambos os cargos irá "abalar a confiança dos ministérios".

Para os socialistas, a função do presidente da CCDR/Algarve como promotor de uma actuação coordenada dos serviços desconcentrados de âmbito regional, não pode ser assumido "de forma plena pelo líder do principal partido da oposição, particularmente num quadro de reforma da administração desconcentrada e de preparação para as eleições autárquicas de 2017".

No ato eleitoral, o presidente da CCDR/Algarve liderava a única lista a sufrágio, tendo obtido mais de 400 votos (90%) nas 16 secções de voto.

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