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Quando os manicómios são cápsulas de tempo

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Christopher Payne emergira das estações de metro de Nova Iorque abandonadas — acabara de lançar o livro "New York's Forgotten Substations: The Power Behind the Subway" — quando decidiu mergulhar no universo dos antigos hospitais psiquiátricos dos Estados Unidos. Foi quase por acaso. Não resistiu à tentação de saltar uma vedação e rapidamente ficou fascinado tanto pela arquitectura dos espaços (e pela sua escala) como pelo passado dos doentes que ficou pelo caminho. O primeiro, em Long Island, tinha estradas, árvores e até a sua própria estação de combóio. "Era como uma pequena cidade", conta o fotógrafo, que agora apresenta a série "Asylum" na Benrubi Gallery, em Nova Iorque entre os dias 11 de Fevereiro e 26 de Março. "Sentia-se a história e o que o sítio representara. Não fazia ideia daquilo em que me estava a meter". Nos capítulos que se seguiram, Payne conquistou o acesso a cerca de 70 instituições totalmente ou parcialmente abandonados em 33 estados norte-americanos. O denominador comum? Auto-suficiência: "Tinham a as suas próprias quintas, tinham as suas próprias padarias, tinham as suas próprias reservas de energia e os seus próprios depósitos de água, tinham as suas próprias indústrias e as suas próprias lojas; Uma tinha mesmo o seu próprio canal de televisão. É impressionante porque algumas das instituições estavam em zonas rurais e no século XIX as pessoas tinham que serve auto-suficientes. Esses edifícios incríveis estavam rodeados por centenas ou mesmo milhares de acres de propriedades desertas." Christopher Payne não viu fantasmas, mas "muitas cápsulas do tempo". E hoje gostaria de ver os edifícios serem reutilizados para a sua função original, terapêutica.