Produção da Galp supera os 50 mil barris diários

Petrolífera aumentou produção de petróleo e gás no quarto trimestre.

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Operações na costa brasileira garantiram à Galp 52,1 mil barris diários Andy Buchanan/AFP

A produção de petróleo e gás natural da Galp superou pela primeira vez os 50 mil barris diários, anunciou esta segunda-feira a petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva.

Segundo os dados preliminares do quarto trimestre divulgados em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a produção total da empresa aumentou 43,3% face ao último trimestre de 2014, alcançando os 52,1 mil barris diários.

Para isto contribuiu o facto de a terceira unidade flutuante de produção no Brasil ter atingido o seu pico máximo no quarto trimestre de 2015 e de ter entrado em funcionamento uma quarta unidade, no final de Julho.

Já a produção net entitlement, que é àquela a que a Galp tem direito depois de pagar o imposto em espécie aos Estados que detêm as concessões, aumentou 47,5% face ao último trimestre de 2014.

O ex-presidente da Galp, Ferreira de Oliveira, tinha afirmado algumas vezes que os projectos da empresa eram rentáveis a partir dos 35 dólares por barril. Ainda assim, mesmo com as cotações abaixo deste patamar (o barril de crude negociava perto dos 30 dólares esta segunda-feira) a Galp notou, em declarações recentes ao PÚBLICO, que "as expectativas do mercado apontam para uma recuperação do preço do crude no longo prazo”.

“Mais importante do que a cotação diária do petróleo são as expectativas de evolução das cotações a longo prazo que suportam as decisões de investimento”, notou a mesma fonte, frisando que os grandes projectos, como os das águas ultraprofundas no Brasil, “terão uma operação que se prolongará por várias décadas”.

Quanto à actividade de refinação, os dados provisórios da Galp para o quarto trimestre apontam para um aumento de 4,2% das matérias-primas processadas em Sines e Matosinhos face ao período homólogo. Na comparação entre o terceiro e o quarto trimestre, a evolução foi negativa, com menos 3,5% de matéria-prima processada.

De igual modo, a venda de produtos petrolíferos melhorou 0,5% na comparação com os três meses finais de 2014, mas recuou 4,3% se olharmos para o terceiro trimestre de 2015.

Segundo os dados da Galp, a margem de refinação de referência na Europa – os ganhos estimados com a transformação do crude em combustíveis – fixou-se nos 4 dólares por barril no último trimestre, continuando a beneficiar da cotação do petróleo (que caiu 43% nos 12 meses). A margem está aquém dos 6,2 dólares por barril do trimestre anterior, mas bastante acima dos 2,9 dólares do quarto trimestre de 2014.

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