Edgar Silva e Jerónimo de Sousa reconhecem resultado “aquém do desejável”

Líder do PCP diz que “havia condições” para Marcelo ser derrotado “se todos estivessem envolvidos”.

O PCP, apoiante da candidatura de Edgar Silva, colocara como objectivo principal evitar que Marcelo vencesse à primeira volta
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O PCP, apoiante da candidatura de Edgar Silva, colocara como objectivo principal evitar que Marcelo vencesse à primeira volta Rui Gaudêncio
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Jerónimo de Sousa e Edgar Silva usaram o mesmo termo para reconhecerem que esta eleição não correu nada bem ao PCP. “Ficou aquém do desejável”, disseram ambos, no Centro de Trabalho Vitória, em Lisboa, quando era certa a eleição à primeira volta de Marcelo Rebelo de Sousa e Edgar Silva estava em quinto lugar, atrás de Marisa Matias e Maria de Belém.

O líder comunista recusa que este fraco resultado eleitoral tenha qualquer influência na relação entre o PCP e o PS no âmbito do acordo político que assinaram e salientou que, se esse entendimento não é medido através do número de deputados e de votos nas legislativas, também não são os resultados das presidenciais que vão ter peso. E Jerónimo de Sousa acredita que o empenho do PS também não sofrerá qualquer abalo.

O PCP, apoiante da candidatura de Edgar Silva, colocara como objectivo principal evitar que Marcelo vencesse à primeira volta. Jerónimo de Sousa criticou o resto da esquerda, afirmando que “havia condições para [a candidatura da direita] ser derrotada se todos estivessem envolvidos”. A votação ficou, por isso, “aquém do desejável” em votos e no objectivo e também “aquém do valor que o seu projecto exigia”, disse o secretário-geral do PCP.

“O objectivo central e fundamental era contribuir para a derrota do candidato PSD/CDS. A eleição estará garantida à primeira volta, esse resultado político estratégico e prioritário não foi alcançado”, admitiu Edgar Silva. O candidato realçou a expressiva votação na Madeira, onde, como candidato à Assembleia Legislativa regional, costuma ter cerca de sete mil votos e hoje conseguiu 20 mil. “Na Madeira, milhares de pessoas superaram preconceitos pela primeira vez […]. Gente de vários partidos deu o seu voto de confiança à coerência e aos valores desta candidatura.”

Edgar Silva, que é deputado da CDU na Madeira e membro do Comité Central, fugiu a responder se esta candidatura lhe abre as portas a outras tarefas no PCP ou se vê o seu futuro no continente. E Jerónimo de Sousa também afastou qualquer ideia de o resultado ter consequências para si enquanto secretário-geral, prometendo o mesmo empenho no partido, “ao contrário de outros que à primeira dificuldade desertam e abandonam”.

Sobre o facto de toda a mobilização que se viu na campanha não se transformar, afinal, em votos nas urnas, Jerónimo de Sousa rematou: “Uma característica que temos é que trabalhamos muito e lutamos muito e nem sempre isso resulta no aumento do número de votos. O PCP tem muito mais influência social e política do que influência eleitoral.”

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