Vitorino Silva critica governos por manterem país com "corda ao pescoço"

Candidato presidencial em campanha em Coimbra.

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Daniel Rocha

O Portugal dos Pequenitos, em Coimbra, deu nesta quinta-feira o mote ao candidato presidencial Vitorino Silva, que responsabilizou sucessivos governos por manterem o país “com a corda ao pescoço” 41 anos após a instauração da democracia.

“Portugal é hoje um país com a corda ao pescoço por culpa de quem? Por culpa dos governantes que nos roubaram e nos enganaram estes anos todos”, afirmou o candidato, à entrada do complexo cultural e turístico criado pelo professor de Medicina Bissaya-Barreto.

Em declarações aos jornalistas, depois de uma visita ao Portugal dos Pequenitos na companhia da mulher, Maria do Céu Rocha, Vitorino Silva manifestou-se satisfeito por ter regressado a um local que conhece desde a infância.

“Mostra o país real, mostra o grande e o pequeno. Fiquei contente por ver os monumentos ali no mesmo espaço com as casas pequenitas” de várias regiões de Portugal, disse.

O calceteiro “Tino de Rans”, como também se autodenomina, em homenagem às suas origens, não escondeu o seu entusiasmo em cada ponto de paragem ao longo da visita guiada pela directora do parque temático, Lúcia Monteiro.

De vez em quando, tentando sempre equilibrar a solenidade de candidato à Presidência da República com alguma espontaneidade de brincalhão, precipitava os operadores de imagem ao encontro de mais uma surpresa, como quando simulou estar a tocar o clarim de uma das estátuas do parque.

“Tem de haver igualdade”, afirmou no final da visita, lamentando que “um por cento das pessoas do mundo tenha tanto como 99 por cento”.

Na sua opinião, “vale mesmo a pena” conhecer o Portugal dos Pequenitos, redescobrir a saga dos Descobrimentos encetada pelo Infante D. Henrique, no século XV.

Vitorino Silva recomendou aos restantes candidatos à Presidência para visitarem também o espaço, propriedade da Fundação Bissaya-Barreto.

“Que venham aqui e comparem o grande e o pequeno”, sublinhou.

Um dos motivos que mais apreciou foi a réplica da janela manuelina do Convento de Cristo, em Tomar, especialmente o pormenor dos nós das cordas trabalhadas em calcário, relacionando o facto com a profissão do seu pai, já falecido, que trabalhou como cordoeiro numa fábrica da Maia.

“Portugal é hoje um país com a corda ao pescoço”, que precisa, na sua opinião, “da dignidade e da honra” demonstradas nos primórdios da nacionalidade pela célebre imagem de Egas Moniz, aio do jovem D. Afonso Henriques, e dos familiares com a corda ao pescoço.

 

 

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