Petição quer acabar com venda de animais em sites de classificados

A Garra e a Amover, duas associações de apoio animal, lançaram uma petição pública online contra a divulgação de anúncios de venda de animais em plataformas de classificados. Comércio descontrolado deve ser travado, defendem

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Kevin Lamarque/Reuters

“Os animais não devem ser alvo de um comércio que não só coloca algumas espécies em risco de extinção como contribui para a proliferação de crimes de maus tratos a animais.” A frase faz parte do texto de uma nova petição pública online “contra a divulgação de anúncios de classificados sobre animais em páginas da Internet como o OLX”, lançada por duas associações sem fins lucrativos.

A petição — que já conta com quase 4.000 assinaturas e é dirigida ao presidente da Assembleia da República, entre outras entidades — quer acabar com os anúncios de venda de animais domésticos e exóticos sem controlo das “autoridades competentes” e a preços não regulados. “É imperiosa uma mudança que passe a respeitar as suas necessidades físicas e comportamentais, de acordo com a espécie”, escrevem as associações Garra e Amover.

Nas plataformas de classificados online existem anúncios de venda de espécies proibidas em Portugal ou que necessitam de documentação específica. “Falamos, sobretudo, de primatas como saguis e macacos, mas também de carnívoros de grande porte”, continua o texto. A Garra e a Amover pretendem ver o Instituto para a Conservação da Natureza e Florestas e o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente, da GNR, envolvidas na fiscalização destes classificados: “Esta situação é incompreensível e lamentável e necessita de ser alterada urgentemente”.

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Exemplo de anúncio de venda e troca de um cão, descrito na petição pública Clica na imagem para a aumentar

A petição não se limita a falar de animais de espécies exóticas. Cães e gatos, anunciados por “pessoas que fazem criação sem condições de higiene e saúde”, são colocados à venda sem estarem vacinados ou desparasitados, pelo que o seu caso deveria ser incluído “na próxima revisão da lei dos maus tratos a animais”, aprovada em Outubro de 2014.

Na Internet circulam ofertas de animais em troca de outros animais, veículos ou “gadgets”, como “se de objectos se tratassem”. “Esta é uma imagem degradante que vai contra uma sociedade que se quer mais desenvolvida e preocupada com o bem estar animal”, consideram as associações.

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