Nova ETAR de Beja vai custar cerca de 5 milhões de euros

A actual estação de tratamento não cumpre os parâmetros impostos pela Directiva de Águas Residuais Urbanas facto que suscitou um “contencioso comunitário”.

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A empresa Águas Públicas do Alentejo, SA (AgdA) vai investir cerca de 5 milhões de euros na construção de uma nova Estação de Tratamento de Águas Residuais em Beja. Foi dimensionada para tratar diariamente 5000 metros cúbicos de águas residuais produzidas por cerca de 31 mil habitantes, a totalidade da população da capital do Baixo Alentejo.

O seu sistema de tratamento será baseado no processamento de lamas activadas, na cultura de micro e macro-organismos que matabolizam substâncias orgânicas e inorgânicas presentes nas águas residuais transformando-as num efluente com parâmetros de qualidade ambientalmente aceites.

A construção da nova infra-estrutura “vai permitir desactivar” as duas ETAR que neste momento tratam os esgotos da cidade de Beja e cujas tecnologia e dimensionamento “não permitem o tratamento adequado dos efluentes”, adiantou ao PÚBLICO a AgdA.

A nova ETAR, cuja empreitada tem um prazo de execução de 365 dias, além de utilizar “as melhores tecnologias disponíveis no tratamento de esgotos urbanos”, vai igualmente permitir o cumprimento da Directiva de Águas Residuais Urbanas no tratamento das águas residuais da cidade de Beja, garante a empresa. Com efeito, a construção deste equipament, significa para a AgdA “a resolução do contencioso comunitário” que subsiste há vários anos com a descarga dos efluentes da actual ETAR para a bacia do Roxo. E é a partir da albufeira do Roxo que é abastecida a rede pública de Beja e Aljustrel, cerca de 50 mil habitantes no seu conjunto. Para além desta situação anómala, a estação de tratamento foi instalada em 1994 sobre o aquífero dos Gabros de Beja, uma das origens de água mais importantes do Alentejo, sem que fosse salvaguardada a possibilidade de infiltrações. 

Assim, com a instalação da nova estação de tratamento, os efluentes tratados deixarão de ser lançados na bacia do Sado e passam a ser drenados para a bacia do Guadiana. Esta alteração impôs que fosse construído um sistema interceptor que encaminhará os efluentes produzidos e que implicou um investimento de quase um milhão de euros.

A AgdA já lançou, a 30 de Dezembro, o concurso público para a empreitada de concepção/construção da nova ETAR de Beja. A obra terá lugar no local de outra estação de tratamento instalada na periferia da cidade e que drena os seus efluentes para a bacia do Guadiana.

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