Ministro Pedro Marques rejeita introdução de novas portagens na A3 e na A4

Possibilidade de introdução de novas portagens estava prevista no Plano de Actividades da empresa Infraestruturas de Portugal

Foto
Nelson Garrido

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, garantiu esta quarta-feira no parlamento que não haverá novas portagens na A3 nem na A4, adiantando que o Governo continua a estudar como favorecer a mobilidade nas autoestradas do interior. "Neste ano, em que se acabam estas obras, este Governo não põe no Orçamento do Estado de 2016 qualquer introdução de portagens na A3 e na A4", declarou o governante, quando questionado sobre a possibilidade de virem a ser portajados o troço da A3 entre Águas Santas e a Maia e o troço da A4 entre Águas Santas e Ermesinde.

Na comissão de Economia, o governante realçou que "foi uma opção política a não introdução de portagens nestas auto-estradas", da região norte, o que levou o deputado do CDS-PP Hélder Amaral a aconselhar o ministro a não se deixar levar "por essa velha tradição de contentar tudo e todos".

Face à recomendação, Pedro Marques acusou o governo anterior de ter duas versões sobre estas portagens: "Dizia que punha portagens na A3 e na A4 quando falava com a 'troika' e depois dizia que não ia pôr quando falava com os autarcas da região".

No parlamento, Pedro Marques reafirmou que este Governo também não pretende abolir portagens em nenhuma auto-estrada, mas está a estudar como favorecer a mobilidade no interior, o que "poderá passar por um regime de descontos nas portagens no interior". "Não está em cima da mesa a abolição simples de portagem em nenhuma autoestrada, mas estamos a estudar formas de favorecer a mobilidade nessas autoestradas", declarou.

Recorde-se que em Dezembro, o PCP e o Bloco de Esquerda (BE) entregaram no parlamento propostas para acabar com as portagens nas antigas SCUT (vias sem custos para o utilizador).

A introdução de portagens, em 2016, no troço da A3 entre Águas Santas e a Maia e no troço da A4 entre Águas Santas e Ermesinde estava prevista no Plano de Actividades e Orçamento da empresa Infraestruturas de Portugal (IP), antiga Estradas de Portugal, segundo revelou o Jornal de Notícias.

De acordo com o diário, a medida "terá sido acertada entre o conselho de administração da IP e o anterior Governo", sendo que a cobrança de portagens nos dois troços "deverá render cerca de 15 milhões de euros por ano aos cofres" da empresa.

Questionado sobre a possibilidade de reverter a fusão da Estradas de Portugal com a Refer, na Infraestruturas de Portugal, Pedro Marques descartou a ideia: "A nossa forma de trabalhar não passa por gastar energias com processos de reversão. No caso da IP não dedicaremos o nosso tempo a reverter o processo, porque não julgo que seja uma opção política prioritária para nós".     

Sugerir correcção
Comentar