Marcelo avisa que “não se pode esquecer o consumo interno”

Candidato presidencial pediu que fundos europeus sejam disponibilizados mais depressa e deixou críticas ao modelo económico do PSD/CDS essencialmente baseado no crescimento por via das exportações.

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Miguel Manso
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Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que deve existir um equilíbrio entre o modelo de economia baseado nas exportações e o estímulo ao consumo interno, numa crítica implícita às propostas que foram defendidas pela coligação PSD/CDS. Num almoço com comerciantes, o candidato falou ainda da importância de acelerar a disponibilidade dos fundos europeus.

Num dia de campanha tomado em parte por uma prova de doutoramento, Marcelo falou de temas económicos, aproveitando um almoço, em Lisboa, promovido pela União de Associações de Comércio e Serviços (UACS) em conjunto com a Confederação de Comércios e Serviços de Portugal (CCP). “No momento em que há carências básicas, há risco de deflação, no momento em que é preciso fazer crescer emprego, uma coisa é não apostar de forma exclusiva do consumo interno, outra coisa é esquecer a realidade do consumo interno”, afirmou.

O modelo defendido pela coligação PSD/CDS baseava-se mais nas exportações e menos no estímulo ao consumo interno, enquanto as propostas do PS são sustentadas no aumento da procura interna. “Uma coisa é olhar-se o país a partir de esquemas feitos no gabinete, outra é olhar para o país real, andar pelas ruas, ver o que abre e fecha”, referiu o candidato numa clara recusa do modelo do Governo de Pedro Passos Coelho, defendendo que é “no equilíbrio entre os dois que deve residir a procura de um modelo realista” para a economia.

Assumindo que é “neto de comerciantes”, Marcelo deixou três preocupações. Uma delas relacionada com a necessidade do “conhecimento adequado, eficácia e disponibilidade dos fundos europeus”. Quanto mais depressa as verbas estiverem ao alcance dos empresários melhor. “Olhando para os fundos europeus, há sempre arranque lento. Uma coisa é quando a economia está estabilizada, outra é sair da crise. Não é indiferente haver disponibilidade de fundos em 2016 ou haver em 2017”, sustentou. O candidato referiu ainda a preocupação com a “estabilidade em termos fiscais” e a importância do reforço do sistema financeiro.

Reafirmando a necessidade de fazer consensos, de a oposição se “refazer”, e de o país ter estabilidade governativa – para uma “boa saída” da crise – Marcelo voltou a colocar o papel do Presidente como um moderado. E afastou outros que já foram seus: “O Presidente não é um analista, não é um comentador; é um protagonista cimeiro da vida política.”

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