Nóvoa: “O meu programa é a Constituição”

No Alentejo, o candidato elogiou a “revolução tranquila” que está a melhorar a agricultura. E viajou numa carrinha de caixa aberta

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Fotos Nuno Ferreira Santos
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Depois de um passeio pelo centro de Beja, onde Sampaio da Nóvoa foi à procura das poucas dezenas de pessoas que se juntava no Jardim do Bacalhau, às dez da manhã, a campanha seguiu para Montes Velhos, concelho de Aljustrel.

Nesta altura do ano, os campos entre Beja e Aljustrel parecem o cenário do Shire, a terra do Hobbits na saga O Senhor dos Anéis. A paragem nos Montes Velhos tem uma explicação para o verde da paisagem: Alqueva.

Nóvoa sublinha a importância da construção da barragem que distribui a água do Guadiana pelos campos alentejanos. “Através desse investimento foi possível melhorar as condições da agricultura. Foi possível fazer uma revolução tranquila em toda esta região.”

A longa fila de carros que seguem o candidato cruzara-se, antes de chegar ao destino, com uma carroça puxada por cavalos, que transporta uma família cigana. Uma imagem congelada no tempo, precisamente a antítese do que Nóvoa vinha a Aljustrel mostrar: a transformação de uma região que há pouco tempo “parecia condenada ao empobrecimento”.

Ao seu lado, o autarca socialista de Aljustrel, Nelson Brito, apontava a mudança. Montes Velhos é “a freguesia com o maior amendoal da Europa”. Aqui produzem-se “600 toneladas de amêndoas”, que depois são exportadas. Os agricultores, olham o presente com menos entusiasmo. Paulino queixa-se: “É cada vez pior: As coisas estão cada vez mais mal pagas.”

Nóvoa explicaria, mais tarde, em Aljustrel, que não se candidata para se “resignar”. Defende uma “visão de médio prazo” que consiga articular investimentos estratégicos que possam “dar um sentido de futuro a Portugal”.

Nóvoa viajou numa carrinha de caixa aberta, pelos caminhos de terra batida, onde visitou um olival. Ouviu as queixas dos agricultores sobre o custo da água. E prometeu ser um Presidente atento: “Há muita coisa que um Presidente pode fazer”.

Em Aljustrel, o candidato almoçou com dezenas de apoiantes no complexo das piscinas municipais. À chegada, foi recebido pelo cante alentejano do Grupo Coral do Sindicato dos Mineiros. Lá dentro usou uma fórmula nova no seu discurso: “O meu programa é a Constituição da República Portuguesa.” Citando integralmente o artigo primeiro do texto fundamental, Nóvoa pediu para que os eleitores olhem para a forma como os candidatos estão a fazer as suas campanhas e os diferenciem por isso. “Serei como Presidente a mesma coisa que sou como candidato”.

E tal como à entrada, o candidato foi presenteado com os graves acordes do Hino dos Mineiros, cantado, desta vez, pela sala quase toda. Nóvoa pôs o capacete e cantou de braço dado com os mineiros.

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