“Cor, cor, cor e cor” para virar o mundo ao contrário

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A receita é simples: "Coração posto nas mãos com um tempero de ingenuidade e uma pitada de idealismo". Assim é o trabalho da ilustradora Francisca Ramalho, nas palavras da própria. Nascida há 24 anos "numa cidade de varinas e reis chamada Lisboa", cresceu no Estoril até se mudar novamente para a capital portuguesa. Formou-se em Design de Comunicação nas Belas Artes, passou pelo Studio AH-HA e recentemente começou a dedicar-se à ilustração infantil, aquilo que realmente a faz mover. Rodeia-se de múltiplas técnicas para criar "a sua biblioteca de histórias contadas a cores. "Desde colagens sobre recortes e texturas, riscos pretos e carregados, cor, cor, cor e cor com mais formas à mistura", conta num e-mail enviado ao P3. O que a inspira? Mãos e o "quotidiano" de todos nós. Transforma-o na ilustração, a ferramenta que usa para "virar o mundo" — o nosso — "ao contrário": "As regras são de quem faz o desenho e o valor é de quem o olha. Esta relação entre o ilustrador e o público faz arrepios na barriga (dos bons). O mais interessante é aquilo que descobrimos enquanto definimos o mundo no nosso papel." No ano passado, o livro "Ao Som de Lisboa" proporcionou-lhe "um período de descoberta e realização profissional". Nesta obra, feita a várias mãos (a editora, Tell a Story, o escritor, Domingos Cruz, o músico, Armando Teixeira, e, claro, a ilustradora), teve a oportunidade de "revisitar" a sua própria cidade e "trazer essa experiência cheia de cor, movimento e textura para um plano bidimensional". E deu-lhe uma certeza: a ilustração editorial infantil é o que a espera.