Dezenas de membros da extrema-direita presos em Leipzig

Violência decorreu paralelamente a uma manifestação do movimento anti-islão Pegida onde não se registaram incidentes.

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A políca fez mais de 200 detenções Jan Woitas/DPA/AFP

A polícia alemã anunciou, esta terça-feira de manhã, a detenção de 211 militantes de extrema-direita que incendiaram carros e partiram montras em Leipzig, no leste do país, à margem de uma manifestação anti-islão.

Cinco membros das forças de ordem ficaram ligeiramente feridos durante os incidentes, noticiou a polícia local sem dar mais informações sobre a natureza dos ferimentos.

Estes militantes e membros de claques de futebol juntaram-se na noite de segunda-feira em Connewitz, um bairro conhecido por ser um feudo dos militantes de extrema-esquerda, à mesma hora em que desfilavam sem incidentes noutra parte da cidade, alguns milhares de apoiantes do movimento anti-islão Pegida.

Os desordeiros partiram montras com pedras, dispararam engenhos pirotécnicos, incendiaram viaturas e contentores de lixo. Um imóvel também foi alvo de uma tentativa de fogo posto. Militantes da extrema-esquerda responderam atacando e vandalizando um autocarro que tinha sido fretado pelos militantes de extrema-direita.

No total, em Connewitz foram cometidos 57 delitos durante a noite, segundo a polícia. Por seu lado, a manifestação do movimento Pegida decorreu sem incidentes. Entre a multidão de manifestantes podiam ver-se cartazes em inglês a dizer "islamistas não são bem-vindos" e a acusarem os refugiados de serem violadores sexuais que também "não são bem-vindos".

Em Potsdam (leste) militantes da extrema-direita e polícias também entraram em confrontos na noite de domingo para segunda. Sete polícias ficaram feridos, segundo a agência DPA.

A Alemanha, com a chegada recorde de mais de um milhão de requerentes de asilo em 2015, tem vivido um aumento de delitos e crimes atribuídos à extrema-direita, bem como o aumento do apoio eleitoral aos movimentos populistas, segundo as sondagens mais recentes.

O país está também a viver as ondas de choque dos acontecimentos da passagem de ano em Colónia, onde grupos de homens (segundo as autoridade de origem norte-africana e árabe) atacaram centenas de mulheres junto à estação central da cidade. Mais de 500 queixas foram apresentadas, 40% por agressões sexuais.

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