Tino começa campanha pelo mar que Portugal "tem abandonado"

Candidato em campanha em Aveiro.

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O candidato presidencial Vitorino da Silva, conhecido como Tino de Rans, subiu neste domingo à casa do leme da traineira “Jesus nas Oliveiras”, num acto simbólico para chamar a atenção para a realidade das pescas.

“Portugal não é só terra e 97% do seu território é mar que foi tão descurado, ao desmantelarem a nossa frota pesqueira”, salientou o candidato.

Devido às condições atmosféricas não se realizou a saída de mar prevista, mas Vitorino e comitiva subiram a bordo, transformando a traineira na sua primeira sede nacional.

“Foi daqui que nós fomos há 500 anos para sermos grandes e é a partir do mar que vamos voltar a ser. Portugal tem a terceira maior costa da Europa e a 11.ª do mundo. Temos uma riqueza desaproveitada”, disse.

Para Tino, o país está à deriva e “precisa de um homem ao leme que saiba ouvir o povo”, sendo isso a que se propõe.

O candidato fez questão de aproveitar a presença dos jornalistas para “dar voz ao povo”, justificando ser uma das razões da sua candidatura, pelo que deu a palavra ao armador, Adelino Vieira, e ao mestre da embarcação, João Paulo, pois “é de mestres que o país precisa porque quem decide normalmente pensa que está tudo na teoria”.

João Paulo falou das dificuldades: “Os últimos tempos não têm sido fáceis devido às restrições a que estamos sujeitos, algumas com que não concordamos e precisamos de quem nos apoie para conseguir ter o mínimo necessário para governar a vida”.

“Saímos para o mar quando os outros se estão a deitar e só temos a hora de saída, porque a chegada a Deus pertence. O Barco, dedicado à sardinha, serve de sustento a duas dezenas de tripulantes e respectivas famílias. Podemos pescar cavalas e carapaus, mas aparecem quando aparecem e temos as nossas contas para pagar”, relatou, referindo-se às limitações impostas à captura da sardinha.

Adelino Vieira corroborou e agradeceu a Vitorino lembrar-se dos homens do mar: “Esta visita pode ser importante para ajudar a chamar a atenção para as dificuldades da nossa pesca que foi abandonada por sucessivos governos como se vê porque hoje temos uma frota diminuta e desde há 20 anos que não se constroem novos barcos”.

Vitorino Silva foi depois mostrar o seu trabalho de “mestre em terra”, uma calçada junto ao Centro de Formação do Instituto de Emprego de Aveiro, feita pelos alunos num curso profissional que ministrou.

Aí realçou a importância de dar ocupação aos desempregados e criar-lhes oportunidades, “porque as pessoas têm de ter dignidade” e chamou a atenção para a combinação das pedras brancas e pretas. “Serei o Presidente da mistura dos portugueses”, observou.

Por último, foi à tradicional romaria de São Gonçalinho, para estar com o povo que disse ser o seu habitat natural, e atirar cavacas do alto da Igreja.

Questionado sobre qual a promessa que ia fazer ao santo, respondeu ser a sua candidatura “a promessa”.

 

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