Sampaio da Nóvoa: Votar em Marcelo é como “escolher uma rifa”

Candidato critica principais adversários por “desvalorizarem a Constituição”: “Se eu sou o candidato da inexperiência, de que nos serviu a experiência de Marcelo Rebelo de Sousa ou Maria de Belém?”.

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Fotos Nuno Ferreira Santos
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Às 13h10, com uma forte salva de palmas dos cerca de 350 apoiantes que se juntaram na Quinta do Crestelo, em Seia, António Sampaio da Nóvoa deu início à sua campanha oficial. Dificilmente podia ser mais “republicana” a coreografia.

Seia é o concelho onde nasceu uma das principais figuras da primeira República portuguesa, Afonso Costa. A banda sonora à chegada do candidato é a do genérico da série da HBO, John Adams, o segundo Presidente dos EUA.

Nóvoa subiu ao palco, imediatamente, e prometeu que este é o início de uma caminhada que não termina a 24 de Janeiro, a data da primeira volta das presidenciais. Para o candidato, esta corrida passa também pela segunda-volta, no dia 14 de Fevereiro e só termina “no dia da posse”, em 9 de Março. O seu mandatário concelhio, João Viveiro, aproveitou a deixa: “Já que foi aqui que iniciou a sua caminhada, que seja aqui que venha aqui festejar a sua enorme vitória”.

O almoço, servido numa sala revestida a madeira, com 40 mesas redondas com 10 lugares, cada, dava direito ao famoso pão de Seia e a uma entrada de enchidos regionais (alheira, chouriço de sangue, chouriço de carne). O que falta a Seia, para Nóvoa, não é qualidade, é “atenção”. “O despovoamento do interior é um dos bloqueios mais persistentes que o país atravessa”, diz. “É preciso fixar emprego no interior.”

Na segunda parte do discurso, Nóvoa recorda os debates que manteve com Marcelo Rebelo de Sousa e Maria de Belém, na quinta-feira e no sábado, respectivamente.

“Votar em Marcelo é o mesmo que escolher uma rifa. Nunca se sabe o que nos irá calhar em sorte”, critica, depois de falar “dos Marcelos”  que vê no candidato adversário: “Será esse Marcelo que em campanha anda num namoro pegado com o Estado Social, ou o Marcelo que defendeu em 2010 o projecto de revisão constitucional de Passos Coelho que acabava com a gratuitidade na Saúde?”

Para Maria de Belém estava reservada a mesma crítica que lhe dirigiu no debate: “Faltou à chamada quando podia e o dever o exigia nada fez para preservar a Constituição” ao não ter, como deputada do PS, acompanhado os seus colegas de bancada que pediram (e obtiveram) a declaração de inconstitucionalidade do Orçamento de 2012, que iniciou os cortes nos salários e pensões. Por isso, Nóvoa conclui que tanto Marcelo como Belém “desvalorizaram a Constituição”.

Nóvoa voltou a rebater o argumento da sua “inexperiência” política –  usado por “quem vê a política como um clube fechado para os mesmos de sempre”. “Quando foi preciso”, continuou o candidato, “eu estive lá”. “Não faltei, não me escondi. Estive na Aula Magna, com Mário Soares e com Pacheco Pereira, a defender a Constituição e a soberania do país.”

“Se eu sou o candidato da inexperiência, de que nos serviu a tão grande experiência de Marcelo Rebelo de Sousa ou de Maria de Belém?” No final do discurso cantou-se A Portuguesa.

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