Maria de Belém pede o voto aos portugueses, alegando que “o tempo não é para aventuras”

Mandatário nacional da candidatura, Marçal Grilo, avisa que o combate vai ser “difícil e duro”.

Maria de Belém acompanhada por João Soares e Vera Jardim no primeiro dia de campanha
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Maria de Belém acompanhada por João Soares e Vera Jardim no primeiro dia de campanha Adriano Miranda
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Maria de Belém pediu este domingo o voto dos portugueses no dia 24 de Janeiro, porque “o tempo não está para aventuras nem para experimentações e os erros das escolhas não são erros que durem pouco tempo, duram sempre cinco anos. E cinco anos podem fazer toda a diferença na nossa vida pública e na nossa vida colectiva”.

Numa acção e campanha no cineteatro de Almeirim, sala de visitas do Ribatejo, a candidata presidencial pediu para que, “conscienciosamente e criteriosamente, [os portugueses] façam a avaliação dos perfis das pessoas que querem candidatar-se e que em função disso escolham quem consideram adequado para a Presidência de Portugal neste momento da nossa história colectiva”.

“Ninguém deve escolher por nós antecipadamente, nem a comunicação social”, disse, apelando à mobilização e ao voto no dia 24 de Janeiro. Sem nunca pronunciar o nome de Marcelo Rebelo de Sousa lançou a pergunta: ”Querem em Belém alguém que num dia diz uma coisa e no outro diz outra? Ou querem alguém que se saiba sempre o que diz e que cumpre o que diz e que tem provas dadas e que esteve sempre o escrutínio público mesmo quando não precisava de se submeter?”

Perante um auditório, que se encontrava quase cheio, a candidata socialista garantiu lutar pelo aumento do prestígio de Portugal nas relações com a União Europeia e nas relações internacionais. "Não nos esqueçamos que nós temos milhões de portugueses na diáspora que necessitam também de recordar a realidade do país como um país prestigiado”. Segundo a candidata, a importância de “reganhar o prestígio” de Portugal permitirá fazer regressar as “pessoas que foram a contragosto lá para fora”.

Antes de apontar outras prioridades, destacou a falta de “qualificação dos portugueses” como um dos “problemas mais graves” do país para o qual é preciso olhar. “Temos muitas mulheres e homens que estão na idade activa e que já não conseguem a integrar-se no mercado produtivo, no mercado competitivo”, declarou, referindo que este tipo de problema tem uma resposta na economia social – um dos temas chave da sua candidatura.

O ex-ministro Marçal Grilo, mandatário nacional de Maria de Belém, marcou presença na sessão e vaticinou uma campanha dura e difícil para a candidata, mas deixou a convicção de que a ex-presidente do PS tem condições para ir à segunda volta. A escolha será de alguém sereno e não de "uma vedeta de televisão" ou um "académico ex-revolucionário".

"Nós não precisamos na Presidência da República nem de uma revolucionária, nem de um académico ex-revolucionário, nem de uma pessoa que trocou uma religião por outra, nem do capitão de indústria, nem de uma vedeta de televisão", afirmou Marçal Grilo, referindo-se ao outros candidatos presidenciais sem os nomear.

Tal como fizera de manhã o ministro da Cultura, Marçal Grilo não poupou elogios à candidata, lançado um apelo para que a escolha recaia numa "portuguesa que seja serena, tranquila, competente e com carácter e, sobretudo, alguém como a Maria que se torne uma referência" e com a qual se possa contar. O mandatário, que foi várias vezes aplaudido, defendeu que é necessário "uma Presidente que una os portugueses" e não apenas a ‘esquerda' ou a ‘direita'.

Apesar das dificuldades que prevê, o ex-ministro da Educação, que esteve no Governo de António Guterres com Maria de Belém, acredita que a candidata "tem perfil, currículo, experiência e inteligência para cumprir o que está a dizer". Numa indirecta a Marcelo Rebelo de Sousa, declarou: "Não precisou de se transmutar para ser candidata, pensa o que sempre pensou, diz o que sempre disse, faz o que sempre fez", vincou, advertindo para a existência de candidatos que hoje têm "um discurso que não cola com o seu passado".

O primeiro dia de campanha de Maria de Belém, que começou em Alpiarça, terminou em Setúbal, onde visitou a Santa Casa da Misericórdia local. Aqui encontrou-se com padre Victor Melícias, que apareceu apenas para a fotografia. Devido a compromissos em Lisboa, o ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa teve de ser ausentar, não tendo acompanhado a candidata presidencial na visita ao centro de apoio a idosos dependentes, que funciona no edifício da Santa Casa de Setúbal.

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