Festival de Angoulême altera processo de atribuição do Grande Prémio

É a nova resposta da direcção aos protestos e acusações de sexismo nas nomeações para a principal distinção do certame.

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Cartoon de Florence Cestac, a única mulher vencedora do Grande Prémio DR

O Festival Internacional de Banda Desenhada (FIBD) de Angoulême, em França, acusado de sexismo por não ter incluído mulheres entre os 30 nomeados candidatos ao Grande Prémio da 43ª. edição, que vai decorrer de 28 a 31 de Janeiro, decidiu esta quinta-feira deixar ao livre-arbítrio dos autores a designação do premiado.

Depois das acusações de discriminação, logo que foi conhecida a lista dos pré-seleccionados para a principal distinção do festival, que motivou protestos e recusas sucessivas entre os nomeados, em solidariedade com as mulheres autoras de BD, a direcção do festival tentou justificar-se com a história e a própria especificidade do panorama editorial desta que é designada como a 9ª. Arte.

Com a ampliação dos protestos, o FIBD avançou depois para a abertura e aumento da lista inicial dos nomeados com novos nomes de mulheres autoras. Esta quinta-feira, em comunicado, a direcção do mais importante festival europeu do sector anunciou que, numa "última etapa na democratização” do processo de decisão do Grande Prémio, vai deixar “ao livre-arbítrio absoluto dos autores (ou autoras) a eleição do laureado/a”. E acrescenta que este novo critério vigorará, para o futuro, a partir da edição deste ano do festival.

Depois da reforma na metodologia das nomeações realizada em 2013 e 14, uma primeira selecção de nomes ficou atribuída a um comité de três membros escolhidos pela direcção do festival. A partir deles, uma votação entre os profissionais do sector elegeria três nomes, um dos quais era depois distinguido no decorrer do FIBD francês.

No referido comunicado, a direcção do festival recorda, uma vez mais, que sempre apoiou a criação de BD no feminino, dando como exemplo a presença das suas criações na selecção oficial deste ano.

 

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